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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

Porque não voto

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publicado em 14/11/2020 ás 08h38
atualizado em 14/11/2020 ás 08h39

A direita estrebucha com a eleição de Joe Biden enquanto a esquerda dá a gota serena com a nomeação do último colocado na votação de uma lista tríplice para Reitor da UFPb. Argumentos que passeiam da fraude (no caso dos EUA) à usurpação da vontade soberana dos eleitores da nossa Universidade Federal.

Sem razão!

As regras do jogo estavam postas desde antes da disputa.

Lembro daquele menino dono da bola que vendo seu time começar a levar uma goleada limita-se a colocar a “redonda” embaixo do braço e ir para casa.

O problema em ambos os casos jamais estará no resultado, mas na forma como foram postas as regras da disputa. Se você se submete às regras jamais poderá reclamar do resultado.

Vou mais além. Imagino o constrangimento do eleitor que acredita no candidato, faz campanha, vai à urna e vota no seu preferido. Lá na frente a excelência (oh, que cousa!) é flagrado num acochambramento financeiro. Isso já aconteceu à direita e à esquerda várias vezes e não vai parar. Agora mesmo a lava-jato é espremida por políticos de todos os lados. É mentira?

Portanto, não é votando no “menos ruim” que mudaremos o sistema. Chega a ser risível o argumento de que se você não votar estará ajudando a eleger péssimos candidatos. Ora, eles se elegerão do mesmo jeito, porque simplesmente não existem salvadores da pátria. Anjos não vão ao inferno brigar com o diabo.

O que é necessário fazer, na minha ingenuidade, é mudar o sistema político. E isso jamais será conseguido de dentro para fora, porque todos os que chegam ao poder são cooptados quando não corrompidos. Acredito numa democracia forte, aperfeiçoada depois de séculos da Grécia antiga.

Mas para isso precisamos ter a coragem de iniciar uma mudança que talvez nossos netos possam alcançar; a democracia direta. Por enquanto basta NÃO VOTAR em qualquer candidato, por mais simpático e amigo que seja. Quando formos mais de 50% (e já seremos tranquilamente mais de 35% nas próximas eleições) estará dado o primeiro passo. Não iremos anular uma eleição com esse percentual, mas não daremos legitimidade aos eleitos, e creiam, isso é bem mais do que as muitas ultimas gerações conseguiram.

VAMOS JUNTOS, NÃO VOTEM!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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