João Pessoa, 03 de dezembro de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Não sei dizer exatamente o porquê, mas tenho uma certa resistência em ler best seller. Talvez porque os críticos literários costumam não valorizá-los, dizendo que esse tipo de livro não faz parte da chamada “alta literatura”; e eu, deixando-me influenciar, vou na cantiga da perua. Devemos excluir dessa discussão os clássicos, sempre com edições sucessivas ao longo do tempo.
Mas, um best seller vem chamando minha atenção. Não exatamente um, mas quatro livros. Isso mesmo, uma tetralogia já lançada há algum tempo aqui no Brasil. Trata-se de uma série denominada napolitana escrita por uma autora italiana que atende pelo nome (possivelmente pseudônimo) de Elena Ferrante (foto), cujo primeiro volume é “A amiga Genial”, seguido de “História do novo sobrenome” e “História de quem foge e de quem fica” concluindo com “História da menina perdida”. A grande sacada do marketing da editora foi justamente criar o mistério em torno da autora. Quem é ela, ou será ele? Nunca mostrou o rosto e só concede entrevista justamente por intermédio da editora. No Brasil durante muito tempo o nosso grande Rubem Fonseca, hoje com 93 anos de idade e um novo livro de contos “Carne crua” recém-lançado, agia da mesma maneira, não se deixava fotografar nem dava entrevistas, embora não usasse pseudônimo. Hoje já podemos vê-lo na internet.
Mas, Elena continua um mistério. Uns dizem que é o escritor napolitano Domenico Starnone, outros asseguram que é a tradutora italiana Anita Raja, de 75 anos, pelo fato de um jornalista invasivo ter descoberto uma vultosa movimentação financeira em sua conta bancária, coisa improvável para uma simples tradutora. Mas o fato é que venci meu preconceito e vou ler sua tetralogia e conhecer, não seu rosto, mas sua literatura que vem encantando multidões mundo afora.
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TURISMO - 19/12/2024