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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

As gotas serenas de Helena Blavatsky

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publicado em 12/12/2020 ás 07h26
atualizado em 12/12/2020 ás 10h48

Voltando a Helena Blavatsky, (foto), a famosa escritora, filósofa e teóloga russa, de quem só li as orelhas, não está nada fácil traduzir esse mundo. Não por alguma dificuldade intrínseca da Helena B, aliás, adoro todas as Helenas e gosto muito de Heleninha de Valdó, mas o mundo nunca esteve tão chato.

Eu estava no sereno conversando com a comadre JG numa live artesanal (embora eu não tenha muitas comadres inteligentes), quando sou interrompido por um senhor sem máscara, quase um dinossauro e mais assustado ainda ficou ele, quando fechei o portão e dei uma carreira para dentro de casa e tomei meu Rivotril vegano.

É verdade, eu tomo Riro vegano, Viagra vegano e Cibalena vegana (este, desde 1940). É muita curtição, muita tentação, para não saímos do mesmo lugar. Eu te amo meu Brasil, eu te amo!    

Ora, mas porque não tão presente em minha vida, o cidadão que mora na frente da minha casa, num prédio bem alto e só sai sem máscara com seu potente Doberman (que parece uma moça), e dá tchau para mim. Outro dia ele disse: “eu vejo sua varanda lá do 32 andar”.  Idiota. Te dana. Nessa hora, pensei em Odair José – eu vou tirar você desse lugar…

Isso não quer dizer que eu tenho uma idolatria por pessoas que usam máscaras. Não, não, comigo não: eu uso até o meu protetor fácil acrílico, o famoso “Face Shield, que foi presente de Jacicleide, que é amante de uma senhora amiga do K. 

Não, não me chamem nem para o Baile de Máscara Municipal, que eu não vou. Nem morto. Como todo cientista, que realmente admiro, tenho minhas crises de loucuras e fé. Sim, tenho fé que essa vacina vai chegar e eu vou deixar de sonhar com a assustadora Helena Blavatsky, dando gargalhadas no fim do túnel, agarrada no pescoço do jornalista, Carlos Aranha. Só matando. 

Eu fico aqui em casa, pensando em minha mãe, o que ela estaria fazendo de máscara, dando uma surra em mim. Ela dizia assim: “como são as pessoas, são as criaturas” e eu nunca entendi porque uns tomam remédio para dormir, enquanto outros roncam, sem, esclarecer o sexos dos anjos. Adoro anjos. Eu descobri que sou um anjo.     

Às vezes acho tanta metalinguagem e auto denúncia ambiental sobre esse vírus, que acaba tirando muito da humanidade. Tá punk, viu? E faltam personagens tridimensionais para engolir as gotas serenas da madame Blavatsky. Onde estávamos? Ah, nas curvas da estrada de Santos.   

Bom, é o seguinte foi um prazer conversar com vcs, eu vou ali em busca de mais vitalidade, porque o Rivo vegano, não está dando para o gasto. 

Kapetadas

1 – Ei moça, onde anda aquele teu bonitão, jornalista? – Virou ermitão.

2 – Com essa vibe toda,  o presidente Bossaonaro poderia ocupar o lugar do Melhem no Núcleo de Humor da Globo.

3 – Eu li que o fantasma de John Lennon não anda gostando nada dessas bandas por aí fazendo lives.

4 – Som na caixa:” A casa de Irene de noite e de dia/Tem gente que chega tem gente que saí”, Agnaldo Timóteo 

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