João Pessoa, 17 de dezembro de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Cresci ouvindo dizer que o cabelo era a moldura do rosto. De fato, cabelos definem o visual, caracterizam estilo, possibilitam variações e exigem cuidados. Por conta deles hoje temos profissionais verdadeiramente milionários, que cobram os olhos da cara, senão a cara inteira, por um simples corte ou outro tratamento mais sofisticado.
Por falar em cobrar, o badalado hair stylists Wanderley Nunes (foto) em entrevista à revista Veja (edição 2433), dizia não andar satisfeito com o então governo petista por conta das novas regras da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que disciplina a remuneração dos cabeleireiros com carteira assinada. E faz a seguinte revelação: “Nos salões frequentados pelas classes A e B, os cabeleireiros ganham 50% de comissão sobre o que fazem e pagam 7% de imposto. Assim, no meu salão, eles tiram até 50.000 reais por mês. Se passarem a ter carteira assinada, vão ficar com uma comissão de 13% e pagar cerca de 27% de imposto”. Vê-se que são profissionais bem remunerados, pois fazer a cabeça no sentido capilar tem sido mais vantajoso do que fazer a cabeça do corpo discente em instituição de ensino.
Mas nem só de vasta cabeleira vive o homem. Temos visto por toda a cidade muitos homens de cabeças raspadas voluntariamente. Seja porque não estejam satisfeitos com a fibra do cabelo; ou por reação radical a acentuada calvície que já ostentam, preferindo romper definitivamente com os pelos remanescentes. Costuma-se dizer que existem cabelos bons e cabelos ruins, como se houvesse moral na capilaridade. Faço coro com quem usa seu cabelo de maneira natural, sem alisamentos, chapinhas ou outro recurso que o descaracterize e assim é feliz.
Se realmente o cabelo emoldura o rosto, o que dizer de mim? Raspei totalmente a cabeça e – sem moldura -, posso me sentir uma fotografia 3 X 4?
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
HORA H - 22/11/2024