João Pessoa, 23 de dezembro de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Começamos hoje, a escrever no MaisPB, a convite do editor de Opinião, o jornalista Kubitschek Pinheiro. Nessa coluna, vamos abordar vários temas como: educação, cultura, desenvolvimento, conhecimento e sacadas globais. Tudo isso faz parte do meu cotidiano e da minha atuação no Centro Universitário Uniesp, instituição da qual tenho a honra de ser gestora e atuar com uma competente equipe.
Em nosso primeiro encontro, gostaria de falar um pouco sobre os jovens em formação para o mercado de trabalho, pois, em uma instituição de ensino superior, esse é o nosso foco maior: formar jovens que realmente – e não conceitualmente, façam a diferença no mundo.
Temos uma mistura interessante no caminho da formação desses jovens: o desejo pelo sucesso e a urgência. Mas será que em alguns momentos esses pontos não se tornam controversos? Aprendemos que para ter sucesso ou vencer na vida, temos que trabalhar arduamente, acertar, errar, tentar de novo… E essa urgência, não combina com o longo percurso a ser percorrido (segundo nós, adultos).
Podemos fazer uma analogia com o tempo atual, que quando comparado há outras décadas (se a lógica nos permite esse comparativo), roda de uma maneira muito mais frenética e acelerada. Não temos mais todo o tempo do mundo, como dizia o poeta e músico Renato Russo. Hoje – ainda temos tempo, embora o tempo seja veloz, que chega a atropelar o desenvolvimento normal dos jovens, eles, munidos da impaciência própria da juventude, querem conquistar o mundo sem ao menos explorá-lo.
O ritmo e a quantidade de informações oriundas da Internet operam na velocidade da luz. A curiosidade hoje, dura apenas os segundos necessários para digitar as palavras ou a frase de interesse, e apertar uma tecla e pronto! Curiosidade atendida! E seguem na busca de outras fontes, sempre muito céleres e frias, podemos até nos arriscar em dizer que surge certa mistura de muita informação e “pouco juízo” no processamento desse aprendizado.
Desacelerar os jovens seria o caminho? Obviamente não, pois perderiam seu propósito ou simplesmente ficariam para trás. Que vida teríamos, nós adultos, se não tivéssemos passado por toda essa pressa, da qual hoje criticamos? Qual a graça de passar pela vida sem a urgência de conquistá-la a todo custo, ou de achar que o primeiro beijo seria o grande amor da sua vida? A nós, que convivemos com esses jovens, nos resta respeitar e entender, utilizando essas características como pontos focais no processo de desenvolvimento, fornecendo também na mesma intensidade de pontos que devem ser lembrados ao longo do seu percurso (embora mais veloz e curto que os nossos).
Juntar-se ao jovem é uma boa forma de chegar até ele, e chegando de mansinho, “de boas”, fazê-lo entender e refletir que na vida, tudo que construímos, através das nossas ações (positivas e negativas), fica marcado na nossa vida e, diferente do que eu fiz várias vezes nesse texto, na construção da nossa história, não temos a opção de apagar ou editar.
Ah! Se os jovens entendessem isso…
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024