João Pessoa, 31 de dezembro de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
E chegamos ao fim do ano buscando inventariar o que foi feito de útil e o que deixamos de realizar. Não sei se é um hábito salutar olhar os dias pretéritos na expectativa de nos tornarmos melhor. Mas assim tem acontecido com muita gente que, passo a passo, traça a linha de seu destino. O nosso passado não mudará nosso futuro. E o presente, num piscar de olhos, se esvai.
Não sejamos a pedra no sapato de ninguém. Use a sua profissão para facilitar a vida das pessoas. Será que em algum momento obstaculamos a vida do próximo com exigências inoperantes, achando que estávamos cumprindo nosso dever? É, isso acontece. Tanto com o guarda de trânsito quanto com o magistrado. Lembro o juiz Gustavo Urquiza quando exalta a simplicidade no seu mister. Ele está certo. Mas para muitos, prenhes de burocracialidade, ser simples é muito difícil. Ademais, ser “linha dura”, na cabeça dos tolos, impõe respeito e a couraça de casmurro esconde um ser fragilizado e obtuso.
Cá estamos nós, com um pé no Ano-Novo e com saudades ou não do ano que se despede. De quantos anos-novos ainda precisaremos para lermos todos esses livros que nos aguardam? E que lição tiramos de todos aqueles que já foram lidos? Alegrias, tristezas, incertezas e perdas. Esse misto certamente fará parte do nosso dia a dia. E como é bom viver entre pessoas, entre os livros, com música, engenho e arte.
O tempo caminha a passos largos levando consigo nesse caminhar a infância dos nossos filhos, o vigor de nossa juventude, a rigidez dos nossos músculos. Em troca, nos deixa sabedoria e um olhar mais contemplativo. Não há como escrever um epitáfio para o ano que está indo embora. Porque, tal qual Fênix (foto), ele sempre renascerá das cinzas e virá ao nosso encontro com as mãos cheias de esperança. E assim sempre será: chegadas e despedidas; risos e lágrimas.
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