João Pessoa, 01 de janeiro de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
“A inveja é como beber veneno e esperar que a outra pessoa morra”
(Carrie Fischer).
Se há um tipinho asqueroso de gente, esse bichinho amargurado é o invejoso. Ele nada cria, nem copia, nem transforma. É um ser rabugento em estado constante de ebulição mental que lhe consome a vida, um ser esforçado para apequenar os feitos alheios, já que, dele mesmo, não há algo digno de nota.
O invejoso é um frustrado, porque o seu agir termina por divulgar as conquistas alheias, que tanto quer aviltá-las. Frustra-se.
O invejoso é um ressentido, porque seu riso é sarcástico, e sua alma é cínica. Ressente-se.
O invejoso é um fingidor, porque precisa de uma pessoa invejável que, de algum modo, possa contrapor-se à sua (dele) insignificância. Finge.
É triste a vida de um invejoso.
Há de ser sutil, quando suas tripas ardem em brasa, como o magma que avança pela cratera do seu vulcão interno.
Há de ser exagerado em elogios em relação à pessoa invejada, quando a sua mente desmente o que a sua língua sibilante vocifera.
O invejoso é um alienado, porque o espelho para o qual olha nada lhe acrescenta. Aliena-se.
O invejoso é um complexado, porque sua inferioridade é o palco da sua vida. Diminui-se.
O invejoso é um ser autodestrutivo, porque seu mau-caráter logo se torna evidente. Autodestrói-se.
É triste a vida de um invejoso.
Há de portar uma segurança onde só há desditas.
Há de atirar ao alto, mas o tiro só cai no próprio pé, porque é uma pessoa tóxica.
O invejoso é um sofredor, porque é um competidor fracassado. Sofre.
O invejoso é um dissimulado, porque está na espreita da vida de outrem, disfarçando a bondade. Dissimula.
O invejoso é um imbecil, porque se vangloria da sua arte de destruir. Imbeciliza-se.
É triste a vida de um invejoso.
Há de desdenhar as conquistas alheias à custa de uma corrosão interna que lhe come o fígado.
Há de se mostrar candidamente educado, mas é um mau-caráter.
Caro invejoso, cuide-se! Você é uma pessoa. Isso não lhe basta?
Ah! Antes que o ano acabe: Feliz 2021! E ofereço, com o maior apreço, este poeminha do contra de Mario Quintana: “Todos esses que aí estão/ Atravancando meu caminho,Eles passarão… Eu passarinho!”
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