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Paulo Galvão Júnior é economista, escritor, palestrante e professor de Economia e de Economia Brasileira no Uniesp

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publicado em 08/01/2021 ás 06h33

Em pleno século XXI, vivemos um momento crítico, a Terra atravessa uma crise ambiental. Por causa das mudanças climáticas já ocorreram incêndios florestais na Austrália, fortes chuvas no Brasil, secas prolongadas em Angola, maremotos na Indonésia e deslizamentos de terra na Noruega, que provocaram mortos, feridos, desaparecidos e realojados. Já na Antártica, o segundo menor dos seis continentes, ocorrem o descongelamento das geleiras, que provoca o aumento no nível dos oceanos.

Em Glasgow, a mais rica e populosa cidade da Escócia, ocorrerá entre 1 a 12 de novembro de 2021, a 26ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP26, que busca alinhar os novos planejamentos e avaliar as conquistas após a reunião na França, Acordo de Paris, a COP21, que ocorreu em dezembro de 2015.

As reuniões para estabelecer metas a serem atingidas ocorrem de cinco em cinco anos, porém, por conta da pandemia da COVID-19, foi adiada em 2020 por doze meses, pela primeira vez. A COP26 será uma conferência organizada pelo Reino Unido em parceria com a Itália, que reunirá 30 mil delegados e 200 líderes mundiais para ratificar os compromissos internacionais de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

É necessário a difusão de uma Educação Ambiental no mundo e no Brasil. O termo surgiu no Reino Unido em 1965, durante a Conferência em Educação, na Universidade de Keele. A Educação Ambiental na COP26 terá um papel relevante no Scottish Event Campus (SEC) em Glasgow para alertar sobre o consumo inconsciente no mundo. A China é a maior emissora de dióxido de carbono (CO2) do planeta, devido ao forte crescimento econômico baseado em energias não renováveis como carvão e petróleo, e os EUA são o segundo maior emissor de CO2 do mundo e o primeiro em termos de emissões per capita (GLOBAL CARBON ATLAS), devido ao consumo desenfreado de bens e serviços.

É fundamental o uso de energia limpa e de mais oportunidades de empregos verdes. A COP26 será o principal evento internacional este ano contra o aquecimento global. Em contrapartida, o Brasil possui planos de investimentos na energia nuclear, já com consideráveis perdas financeiras com a usina atômica de Angra 3 desde a década de 70.

Ao invés de elaborar planos para o uso de energias limpas como a eólica e ao mesmo tempo a desativação de uma energia cara e perigosa, o Governo Federal lança planos para construção de oito usinas nucleares em território brasileiro. Mesmo sendo um país tropical com um clima bastante favorável para implantação de energia limpa como a solar, podendo criar linhas de incentivo para implementação em residências e empresas, utilizando os painéis solares ou telhados solares.

No Brasil, eram 72,3 milhões de domicílios em 2019 (TENDÊNCIAS CONSULTORIA), sendo 22,8 milhões de domicílios dos integrantes da classe econômica C, a classe média, com renda entre R$ 2,5 mil e R$ 6,1 mil. Eram 37,2 milhões de domicílios das classes D e E, os mais pobres do País, com renda domiciliar inferior a R$ 2,5 mil. E por fim, eram 12,3 milhões de domicílios que faziam parte das classes A e B, os mais ricos, com renda superior a R$ 6,1 mil. São milhões de famílias que implementariam a energia solar em suas residências com uma forte queda do seu preço no mercado nacional.

Hoje, a energia solar representa apenas 1,6% da matriz energética brasileira (ANEEL). A energia solar, segundo os dados da ANEEL/ABSOLAR 2020, tem Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul como os estados com maior potência instalada em MW. “O PNUD expressou confiança de que a energia limpa irá crescer em 2021”, conforme a Organização das Nações Unidas (ONU). As principais vantagens da energia solar são uma energia renovável (depende exclusivamente dos raios do sol), as placas solares fotovoltaicas e os inversores solares com baixos custos em relação ao tempo de vida útil (média de 25 anos), baixa necessidade de manutenção e preserva o meio ambiente.

Ao se pensar em Educação Ambiental podemos ligar à nova onda do minimalismo que vem ganhando cada vez mais espaço no mundo, com uma filosofia de eliminar excessos e viver apenas com o essencial. Além de estar ligado à questão da Educação Financeira, pois pessoas financeiramente educadas tendem a gastar de forma mais consciente, sendo menos impulsivas e produzindo menos resíduos em casa, no trabalho e no planeta.

Dentre as negociações internacionais do Acordo de Paris, encontramos questões como limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius quanto incentivos para a redução nas emissões de GEE, além da defesa de uma economia verde, segundo o site oficial da COP26. De acordo com a secretária executiva da COP26 da ONU, Patrícia Espinosa, “Não se pode esquecer que a mudança climática é a maior ameaça que a humanidade enfrenta a longo prazo”.

Com a COP26, temos esperança de um plano que possa de fato ser concretizado pelos países que farão parte do acordo a ser elaborado. É de suma importância que não apenas os líderes mundiais se mobilizem, mas a comunidade local, pois é de interesse geral que as atuais e futuras gerações possam viver bem no planeta Terra, e para isso devemos fazer nossa parte, como um consumo consciente no início até o final de 2021 e do século XXI.

Nota: O artigo foi elaborado a quatro mãos, pelo professor de Economia do UNIESP e conselheiro do CORECON-PB, Paulo Galvão Jr. e pela estudante do Curso de Gestão Financeira no UNIESP, Mariana Cabral, sobre a COP26 em Glasgow, na Escócia.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB