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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Vários fusos confusos

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publicado em 23/01/2021 ás 08h28

Não resta dúvida, todos os gatos não são lebres. Prefeitos passam na frente dos direitos dos outros e tomam a vacina, com fome canina. Aqui na Paraíba, em Pombal, em todo Brasil, escambau.

As fábricas de mentiras e as magoas represadas ganham notoriedade, enquanto as taxas de crime permanecem. Na calçada da praia os pregadores sem máscaras dizem que são Jesus e sanguinários são mais impiedosos. O ruim de gente que não entende ironia é que quem fica com cara de idiota são os outros.

Contrariando os otimistas, Ney Suassuna ao vivo estira o dedo para o senador Zé Maranhão. Depois disse que era para o assessor. Ou seja, estirou duas vezes. Aliás, só Lázaro morreu duas vezes. Ney já era.

O número de turistas aumentou, agora atraídos pela tapioca exótica de dona Internet.

Bandos de otários visíveis esperam o carnaval. Só em 2022. Trump saiu pela porta da cozinha, com sua galega, para nunca mais.

No asfalto cruzado do meu dia, ainda vejo homens eternos de terno, despojado sou e seguimos em busca das horas sonhadas sem nenhuma dor no
coração de Vicente Celestino.

Agarro a caneta com raiva e me dá mil motivos pra sair por aí com protestos à mostra, semeando divindade ou desgosto, ao sabor da manga espada do meu jardim.

Eu acredito no poder da música, o samba e o suor no meio das pernas, mas ponho atenção no trabalho que deu para chegar nesse ritmo e alimentar a família.

Sou plenisfério, jamais maluco beleza. Neste mundo de avessos, de estrelas e besteiras vou me embora e deixo a luz acesa. O humor é um tapa na cara da angústia.

Indistintos horizontes, enquanto o azul me engole, eu pedalo até a ponta do Cabo Branco e ainda fico perplexo quando vejo Iemanjá sem cabeça e a cabeça oca de quem não tem na cabeça.

De noite na cama eu sonho com toda turbulência do amor, tipo uma nuvem passageira. Tudo passa.

De repente um revolto vento das novas cepas desses “microinimigos” mais resistentes à química que outros primatas inventam e batizam e transformam em patentes, evoluindo não resistirão a tudo o que de mais sagrado a ciência tem a nos oferecer, a vacina. Cadê a minha?

Como diz Mário Sérgio Cortella (foto) em sua trilogia “não nascemos prontos, não se desespere e não espere pelo epitáfio”. Até terça.

Kapetadas
1 – Deixei pra amanhã o que eu tinha que deixar pra amanhã.
2 – Agora me diga – o que é pior ignorar um conhecido ou cumprimentar um desafeto?
3 – Som na caixa – “Porque a cobra/já começou a comer a si mesma pela cauda, sendo ao mesmo tempo a fome e a comida”, Tom Zé

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB