João Pessoa, 29 de janeiro de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
De necessidades. Sim, das precisões da vida, do pulsar da carne ou das imaginações da mente. É esse amálgama de carências e desejos que tonifica as raízes dos sonhos. Do mais simples e imediatista ao mais burilado, complexo e auspicioso.
Os sonhos têm raiz, por isso não são como os delírios feitos do descanso dos neurônios, quando, sem peias, põem-se em atrito ou em divagações sem propósitos no labirinto das nossas mentes.
Sonhos têm tutano, por isso não são devaneios, feitos de nada, nem o caos da alma em dias perturbados ou preguiçosos.
Sonhos verdadeiros são intensos e palpitam dentro da gente como se fossem uma voz de comando em direção a algo, exigindo ação, pondo a vontade a serviço do que se quer real.
Sonho é vocação, digo melhor: as vocações são sonhos que avançaram o sinal e, maduros, perpassaram o tempo, brotando seus frutos doces, posto que todo sonho é potência que se quer ato.
Os sonhos são como o amor. Todas as formas de amar e de sonhar guardam em si a essência de alguma coisa divina, daí comportar as fatias de risco e de sacrifício no desembrulhar da vida do sonhador.
Há sonhos e sonhos. Sonhos para si mesmo, sonhos dos outros, sonhos coletivos, todos com a importância para o escoar da vida.
Os melhores sonhos, aqueles que ultrapassam as raias do egoísmo ou da simples individualidade e se conectam aos sonhos de muitos, são os que de melhor podem acontecer à humanidade, por isso esses são os mais perseguidos no mundo.
Cuidemos dos nossos sonhos. Eles são a rota do caminhar, o motor da vida. Sem eles, não seríamos gente. Há de se proteger muito bem os sonhos, principalmente dos carniceiros da vida, malfeitores da pior espécie.
Sim. O pior dos malfeitores são os assassinos de sonhos, seus detratores, cúmplices da miséria própria ou alheia. A esses, como os vendedores de ilusão, políticos torpes, o meu escárnio. Siga-nos no Instagram: @professorchicoleite
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