João Pessoa, 04 de junho de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Nada melhor, do ponto de vista do cidadão, que o debate em torno dos gargalos, problemas do cotidiano e os grandes temas coletivos. Os agentes políticos não podem e nem devem dele fugir. Quanto mais discussão, contraponto, análises, teses e antíteses melhor. Ganha a cidadania e abrem-se caminhos de solução.
A partir de observações da Coluna, os principais candidatos a estrelar o cartaz da próxima eleição, Ricardo Coutinho e o ex-prefeito Veneziano Vital do Rêgo, se atritam na discussão de indicadores sociais do Estado. Começou por Veneziano, que usa dados de setores estratégicos como parâmetro para alfinetar o governo socialista.
Ricardo viu nessa estratégia uma oportunidade de convidar o PMDB ao comparativo dos números de sua gestão de dois anos e meio com os dez anos de governos peemedebistas. Comparação que, na ótica do governador, deixa o PMDB em maus lençóis e de calça curta.
Na tréplica, Veneziano contactou a Coluna para topar o desafio, ressaltando que Ricardo deve sim responder pelo quadro atual, porque a soma dos governos do PSB e do PSDB, seu aliado, chega a oito anos e meio. “Nos últimos dez anos, o PMDB só governou um ano e nove meses”, registra Vené, eximindo seu partido de responsabilidades pelos indicadores que o Estado registra nas últimas décadas.
“Ele é quem atira no próprio pé e em Cássio Cunha Lima. Eles estão no poder há quase nove anos”, revida o “cabeludo”. A peleja promete e está só começando. O confronto de conteúdo entre os dois é uma prévia do que 2014 prenuncia. Será uma grande oportunidade do plebiscito entre discurso, prática, estilos e resultados.
Chapéu…–
“Foi o PMDB que viabilizou os financiamentos da CAF e do BNDES que ele usa para ilustrar o que lhe sustenta na mídia, as estradas”, pontuou Vené sobre a participação do Maranhão III na operação iniciada no Cássio II.
…Alheio–
Veneziano revela não temer o comparativo da gestão do seu partido com o saldo do atual governo. “Esse é o desafio que eu mais gostaria de travar. Se for por esse caminho fica mais fácil”, ironizou Vital, por telefone.
Cortina de fumaça–
“Ele (Veneziano), na verdade, quer desviar o foco para encobrir o grande fiasco que foi o encontro do PMDB em Patos. O tamanho diminuto do evento retrata proporcionalmente o descrédito da Paraíba a quem deixou Campina Grande em situação de penúria”. A rajada partiu da metralhadora do secretário Ricardo Barbosa (PSB).
Reprodução–
Ao garantir ontem aumento linear de 8% para os servidores de João Pessoa, o prefeito Luciano Cartaxo (PT) anunciou que instituirá a data-base do funcionalismo municipal, tal qual Ricardo Coutinho instituiu no Estado.
Estocada–
“Problemas pontuais acontecem em qualquer gestão. O importante é a nossa disposição de enfrentar esse desafio dialogando sem arrogância, sem prepotência, conversando com as pessoas”, disse Cartaxo, cutucando Ricardo.
Gosto ruim–
Conforme a Coluna previu, mesmo sendo numa segunda-feira, o deputado Benjamin Maranhão não deu o ar da graça e nem as boas vindas ao colega Manoel Júnior, seu sucessor na presidência do PMDB de João Pessoa.
Jogo de cena–
Manoel subiu o tom contra Ricardo, que tem recebido adesões de prefeitos. Para o deputado, os apoios são frágeis. “É apoio pé de barro”, disse Júnior insinuando que os gestores só encenam ao bater fotos com Coutinho.
Panos quentes–
O ex-governador José Maranhão tentou, ontem, minimizar a onda de adesões de prefeitos da oposição ao projeto de reeleição de Ricardo. “É uma orquestração para passar a idéia de que a oposição está desagregada”.
Deu xabu-
A filiação do ex-prefeito Luciano Agra ao PV foi abortada. Depois do acerto, Agra soube que só teria o controle da legenda por um ano. O labirinto arriscado do estatuto do Partido Verde também fez Agra avermelhar.
Desfalque–
A bancada governista ficará menor na sessão de amanhã. Pelo menos cinco deputados informaram ao líder Hervázio Bezerra (PSDB) viagem à Brasília para lançamento do livro-homenagem a Humberto Lucena.
Calorias–
O ex-prefeito Gilberto Kassab (São Paulo) será a atração do Encontro Estadual do PSD nesta sexta, no Hotel Tambaú. O anfitrião e vice-governador Rômulo Gouveia prepara recepção com gorda presença de lideranças.
Ovelha desgarrada–
Vereador de Alhandra aliado ao deputado Branco Mendes (PEN) e ao ex-prefeito Renato Mendes (DEM) andou se reunindo com Veneziano e já avisou: segue os dois na cidade, mas não acompanha no voto a Ricardo.
Atraso–
“O Governo Federal resolveu acordar pra Jesus”. Do superintendente da Semob, Nilton Pereira, para quem A União demorou demais a perceber a urgente necessidade de investimentos em mobilidade urbana no Brasil.
PINGO QUENTE – “O menosprezo aumentou”. Do ex-vereador Ronivon Mangueira reclamando, que sem mandato, perdeu completamente o “prestígio” no PMDB.
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OPINIÃO - 22/11/2024