João Pessoa, 10 de fevereiro de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em um mundo cada vez mais tecnológico e robotizado, sentimos a cada instante, na mesma proporção do seu desenvolvimento, a substituição do homem pela máquina, processo iniciado desde a Primeira Revolução Industrial. Atualmente no advento da Inteligência artificial e as várias previsões da dominação da máquina em relação ao homem, ouso chegar a seguinte conclusão, quando pensamos sobre o futuro: precisamos de pessoas com mais habilidades humanas, simples assim.
Em um duelo de titãs, entre máquinas e seres humanos, nos vale lembrar o velho ditado: “Se não pode com o inimigo, junte-se a ele” Obviamente que a tecnologia é nossa aliada, e o desenvolvimento tecnológico nos trouxe mecanismos importantes em todas as áreas da nossa existência. Porém nesse duelo de equações, dados, velocidade, processamento, entre várias outras habilidades dos robôs modernos, sem dúvida ficamos atrás. Desse modo, utilizemos de forma inteligente, as armas mais adequadas, e o mercado nos sinaliza isso, diante do seu posicionamento em relação ao profissional do futuro. Vamos conversar um pouco sobre isso?
Por muitos anos a nossa educação foi repetitiva e extremista variando entre o certo e errado, professores davam as fórmulas, e os alunos a decoravam, repetiam as teorias e sequencias em uma prova e tiravam nota máxima. O pensamento do futuro é abstrato, é chegar aos mesmos resultados com formas de pensar não sobre o que, mas como. Ou seja, o pensamento criativo, a flexibilidade, a inovação, a disponibilidade e a adaptabilidade (na pandemia estamos vendo o peso dessas habilidades), são características de base, moldadas ao longo da vida e que estão cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. Essas habilidades são chamadas no mundo coorporativo de soft skills e as já conhecidas habilidades técnicas de hard skills.
Ao ser indagado sobre que ele valorizava e prestava atenção quando iria contratar alguém para sua equipe, Alexandre Hohagen (ex-presidente da Google e do Facebook na América Latina), respondeu que era o que não estava no seu currículo, ou seja, quem é o colaborador quando ele não está trabalhando? Essas informações são compostas por suas bagagens individuais de acordo com as experiências, educação e cultura de cada pessoa. Os gestores modernos valorizam o que você pensa e no mundo contemporâneo isso tem um peso considerável para avaliar suas possibilidades de crescimento em uma empresa.
Passamos então a perceber que o olhar para o externo continua sendo importante, porém olhar para o nosso interno nesse momento, é fundamental. Saber lidar com as próprias emoções é a grande sacada do profissional do futuro. Sempre defendi que as empresas contratam pelo currículo e demitem pelo comportamento, e isso é de fato comprovado na prática, na qual profissionais tecnicamente competentes, por falta de habilidades comportamentais, não conseguem executar bem o seu trabalho e são demitidos. Uma pesquisa recente da revista Você S/A revelou que somente 13% das demissões têm a ver com as habilidades técnicas, enquanto 87% estão diretamente ligadas a questões comportamentais, ou seja, à ausência dessas habilidades emocionais.
As empresas modernas já atentaram para esse cenário, e os grandes centros de inovação também. No Vale do Silício, referência em desenvolvimento e inovação, as habilidades emocionais e comportamentais sempre foram valorizadas. A Minnerva School, tem foco nas habilidades comportamentais dos seus alunos, e que definitivamente, essas são as habilidades do futuro, e não as habilidades técnicas, pois essas mudam a cada segundo. O primeiro ano de faculdade é composto por matérias comuns a todas as áreas, para o desenvolvimento de habilidades consideradas indispensáveis para líderes, como: pensamento crítico, pensamento criativo, comunicação efetiva e interação efetiva. Reforçam que as habilidades comportamentais são o grande diferencial, pois uma vez com a inteligência artificial, os robôs serão capazes de aprender praticamente qualquer habilidade técnica. O World Economic Fórum listou as dez habilidades mais importantes do profissional do futuro e confirmou que todas elas sem exceção serão habilidades comportamentais e não técnicas. Resumindo, entende-se que esse profissional, deve ter uma comunicação eficaz, resiliência, criatividade, empatia e liderança entre vários outros diferencias comportamentais para ser competitivo e valorizado no mercado de trabalho.
Obvio que as habilidades técnicas continuarão sendo importantes, porém deve-se entender que elas sempre terão uma velocidade gigante de variabilidade e transformação, somando-se ao fato de que muitas contarão com o advento da tecnologia. O futurista Alvin Tofler diz que o analfabeto do Séc. XXI não será aquele que não sabe ler ou escrever, será aquele que não souber aprender, desaprender e reaprender. Ou seja, a velha frase: quando você termina seus estudos? Hoje tem resposta única: nunca!
O profissional do futuro (inclusive eu diria do presente – em tom de urgência) deve desenvolver suas habilidades emocionais e comportamentais, ser criativo e colaborativo, entender que faz parte de um todo, e não apenas do seu setor e das suas funções. Deve ter controle sobre as suas reações, respeitar o contraditório, permear por toda empresa e cuidar das relações nela estabelecidas, assim como, manejar os conflitos que surgem nessas interações. Deve entender principalmente, que no modelo atual, é praticamente impossível ser competente sozinho, sem precisar das habilidades emocionais, não cabe mais um profissional que não esteja atento a isso. E principalmente, entender que somos seres em transição e eternos aprendizes nesse mundo de grandes e rápidas transformações.
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come! Não adianta fugir ou fingir que a revolução tecnológica não irá influenciar cada vez mais no seu trabalho, muito menos não fazer nada e ser engolido pelas transformações de modo inerte.
Eis o profissional do futuro! Como disse o compositor paraibano Geraldo Vandré, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”…
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TURISMO - 19/12/2024