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CASO DA TRAIÇÃO

EUA suspendem nomeação de general envolvido em escândalo

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publicado em 13/11/2012 ás 11h08

 O presidente americano Barack Obama suspendeu a nomeação do general John Allen para o cargo de comandante supremo das forças da Otan nesta terça-feira, depois que veio a público sua ligação com o escândalo que levou à renúncia do ex-diretor da CIA David Petraeus.

O anúncio foi feito por Tommy Vietor, um porta-voz da Casa Branca. Segundo ele, o presidente Obama "segue apoiando totalmente nossas tropas e as dos nossos aliados no Afeganistão, onde Allen segue comandando como tem feito de maneira tão boa durante mais de um ano".

Assim, embora Allen prossiga atuando no Afeganistão, ele perde temporariamente o direito de se tornar o comandante supremo da Otan. Estava prevista para quinta-feira uma sessão em que o general seria promovido ao cargo.

O governo também já indicou um susbstituto para a chefia das tropas americanas no país, o general Joseph Dunford. No entanto, a indicação precisa ser autorizada pelo Senado.

Quem havia pedido a Obama que tomasse medidas contra Allen foi o secretário de Defesa americano, Leon Panetta. Nesta terça-feira, ele comunicou à imprensa que Allen está sob investigação do FBI (polícia federal americana) por "comunicação inapropriada" com Jill Kelley, uma das envolvidas no escândalo que levou à renúncia de Petraeus.

De acordo com Panetta, há entre 20 mil e 30 mil páginas de documentos ligando Allen a Kelley, a maior parte composta por e-mails trocados entre os dois. O secretário de Defesa acredita que é grande a possibilidade de Allen estar de alguma maneira envolvido com o caso de adultério de Petraeus, a quem ele sucedeu como chefe das tropas dos Estados Unidos no Afeganistão.

ENTENDA O CASO

Jill Kelley e o então general David Petraeus trabalharam juntos durante anos na base militar MacDill, em Tampa, na Flórida. Ela era voluntária e ele, o comandante geral da base.

Recentemente, Kelley recebeu diversos e-mails anônimos ameaçadores, que diziam que ela deveria se afastar de Petraeus, embora não se saiba se os dois tiveram algum envolvimento romântico. Amedrontada, Kelley pediu ao FBI que investigasse a autoria dos e-mails.

Eventualmente, o FBI descobriu que quem estava por trás das mensagens era a biógrafa enciumada do ex-general Petraeus, Paula Broadwell. Essa investigação levou à conclusão de que Broadwell e Petraeus tiveram um caso, embora ele fosse casado. Broadwell via em Kelley uma rival pelo afeto de Petraeus e, por isso, escreveu os e-mails com ameaças.

O adultério é considerado crime militar nos EUA. No caso da CIA, a questão é vista como perigo para a segurança nacional, já que torna o adúltero um alvo fácil para chantagens.

Na última sexta-feira, após descobrir que o FBI o investigava, Petraeus, que chefiava a CIA há pouco mais de um ano, depois de ser aposentar do Exército, renunciou ao cargo.

Ainda não está claro o grau de envolvimento dos e-mails trocados entre o general John Allen e Jill Kelley com o caso.

Folha.com com agencias internacionais