João Pessoa, 10 de novembro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A cidade de Nova York começou na sexta (9) um racionamento de gasolina, o primeiro desde os anos 1970.
O prefeito Michael R. Bloomberg anunciou na quinta um rodízio oficial de abastecimento. O sistema funcionará da seguinte forma: carros terminados em números pares só podem abastecer em dias pares –o mesmo vale para placas terminadas em números ímpares e em letras, que só abastecerão em dias ímpares.
Segundo Bloomberg, apenas 25% dos cerca de 800 postos de gasolina na cidade estão abertos e a escassez pode se prolongar por semanas. O prefeito acrescentou ainda que o racionamento não se aplicará a táxis, carros oficiais, ônibus e veículos de emergência.
Oficiais e especialistas afirmam que o furacão não só cortou a energia de muitos postos de combustíveis, mas também causou danos em ampla escala em refinarias e na rede portuária de distribuição da gasolina até as bombas.
Desta forma, mesmo com o restabelecimento da energia elétrica, a gasolina continua em falta porque os distribuidores não conseguem acessar suas fontes usuais.
Segundo o site Gasbuddy.com, que vem rastreando a disponibilidade de gasolina na região metropolitana de Nova York, até quinta 77% dos postos não tinham combustíveis. Em Long Island, o índice chegava a 68%.
Executivos do setor afirmam que ao menos 20 terminais ainda estão fora de operação. Para piorar, as recentes nevascas na região têm obstaculizado ainda mais os reparos, adiando-os para um prazo que pode chegar a várias semanas.
Desde a passagem do furacão Sandy, há quase duas semanas, centenas de postos fecharam e forçaram motoristas desesperados a passarem horas em filas à espera de gasolina.
Os municípios de Nassau e Suffolk, em Long Island, também anunciaram sistemas par-ímpar de rodízio. Nova Jersey foi a primeira cidade a embarcar em um racionamento, no sábado passado (3).
O racionamento em Nova York vem após mais de uma semana de esforços locais e federais para resolver uma crise de abastecimento que tem desafiado as soluções rápidas. Entre os problemas, destacam-se terminais petrolíferos danificados e redução no tempo de viagem das barcaças que levam gasolina às docas.
As longas filas já se transformaram em um lembrete diário, para a população, da devastação do furacão e da massiva recuperação, lado a lado com casas danificadas, cortes de energia e problemas de trânsito.
"Este não é um passo que damos facilmente", disse o prefeito. "Mas, dadas a escassez que enfrentaremos nas próximas semanas e a crescente frustração dos nova-iorquinos, acreditamos que este é o passo correto", acrescentou.
ESPECULAÇÃO E PÂNICO
O governador do Estado, Andrew M. Cuomo, e outros oficiais do governo alertaram repetidamente na última semana que o pânico que leva motoristas a comprarem e armazenarem mais gasolina do que precisam apenas piorou a situação. Ele sugeriu que o racionamento nos subúrbios ao norte da cidade não era planejado neste momento.
Ao determinar o racionamento, o prefeito Bloomberg anotou que outras medidas já haviam sido tentadas pelas autoridades locais e federais, como a abertura de portos regionais a barcaças e barcos carregando derivados de petróleo. Autoridades federais também enviaram milhões de galões de combustível à região, sem que isso pudesse aplacar a demanda.
Policiais já foram posicionados em todos os postos de combustíveis abertos para manter a ordem e tentar evitar novos racionamentos.
A população parece estar ao lado do prefeito. Judy Jones, uma professora que aguardava na fila de um posto da British Petroleum em Manhattan, disse apoiar a medida. "[O racionamento] vai reduzir as filas, você não vai precisar ficar duas horas de pé. Nova Jersey já o fez e devíamos ter feito antes."
Folha
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