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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Incensar o tempo e o close-up

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publicado em 23/02/2021 ás 06h22
atualizado em 23/02/2021 ás 07h33

Há muito de surpresa no que se escreve por essas bandas ou surpresa nenhuma. Eu não sabia da missa a metade, mas tenho lido textos tão comoventes… Há um efeito dominó nas publicações, uma excitação diferente. Coisas da província.

Preciso avançar nessa histórica pensão, sem exceção, e não ter que conversar com quem não seja necessariamente fundamental. O mundo está cheio da Covid e papos de best-sellers, geralmente terríveis.

Fenômeno não é fenomenal. Aliás, que já se dá data de muitos anos, mas que precisa ser demolido. Estou chocado com as publicações de uma mocinha paraibana, que em vídeo, ( num programa de rádio local) diz o que lhe vem a latrina. Coisas do outro mundo. Um horror.

(In)certas postagens, como a de um menino todo vestido de roupa militar ao lado de um caixote com o nome explosivo, é bem escandalosa. Ou equivocada. Isso não tem um papel essencial, sequer democrático, jamais ornamental, em formar uma cultura de frequentação financeira. Existe isso? Ora, existe até improbidade funerária. Depois eu conto.

As gerações mais jovens ou as futuras vão detonar os pais que postam imagens dos inocentes nus, como se fossem bibelôs. Sim, essa geração vai cobrar na justiça dos pais que se dizem zelosos, corujas e são idiotas. Do que é notório ninguém se dar conta, mas a conta virá e será salgada.

Há um terreno grande a ser escrito sobre a vida dessas personagens – não as crianças, mas os genitores. Na esquina um público louco está tocando o terror. Mete medo.

As postagens dilacerantes do deputado Daniel Lúcio da Silveira correram o mundo, o féretro de si mesmo. Há muitos destroços em sua fala a se dar, se propagar, humilhar, tornando a repetir uma barbaridade milenar. Brutamontes. Cadeia.

A imprensa tudo diz, nada muda. São muitas postagens, milhares de blogs que se instalam no vazio em busca da sobrevivência. Mais da metade não são jornalistas.

O inferno, um tanto longo, bem ali, recebe e espalha esse calor da hora. Talvez os inferninhos que reúnem os pelos brasis, jamais o de Baia Formosa, que nem sei se ainda existe.

Digo isso, porque eu gosto da vida e não dispenso estudar os cânones, mas é uma pena que muitos nomes com tamanha pequenez e hipocrisia se apresentam em direções levianas.

Há toda uma história basilar de bastidores que eu nem sei contar. Pois bem, aqui quem fala é da terra. E priu.

Kapetadas

1 – Eu sou tão chato que sou eu que acordo o despertador.
2 – O que que é isso no seu rosto? Ah, é o seu rosto.
3 – Som na caixa: “Tem sempre um aiatolá pra atola Alá”, Rita Lee

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB