João Pessoa, 06 de março de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Presidente, todos sabemos que para além das questões ideológicas tanto a esquerda como a direita e até o centrão (que sempre vai na vantagem) querem o melhor para o povo brasileiro, o mais das vezes animados por “algum” que sobre para eles.
O povo, esse elemento de ficção que serve para eleger alguém a cada quatro anos e se lascar todo dia, está sendo vitimado por duas pragas; a pandemia covid e a falta de grana em consequência das necessárias medidas sanitárias que acocham a economia e destroem empregos, pois não?
De outra banda vosmecê não tem onde buscar dinheiro para resolver essas duas paradas sem ter que “negociar” com aquela podridão que habita o Congresso.
Pois bom. Bote pra lascar.
Existe tanto na Constituição Federal como no Código Tributário Nacional a previsão de criação de um empréstimo compulsório sempre que houver uma calamidade pública que decorra de um fenômeno da natureza. Não é o caso da seca no Nordeste porque é previsível. Mas o surgimento do vírus covid era totalmente imprevisível.
Antes que algum arrombado diga a Vossa Excelência que no governo Collor o congelamento dos depósitos bancários fracassou (o que não é absolutamente o caso tratado aqui), saiba que no governo Sarney o empréstimo compulsório incidente sobre a aquisição de automóveis e combustíveis ficou tinindo. O problema é que o governo não devolveu o empréstimo no prazo que estipulou e aí choveram ações judiciais.
Aprendendo com os erros dos outros, capitão, não deixe de pagar a quem deve. Porém o mais importante, NÃO MANDE ESSA CONTA PARA O POVO.
O empréstimo compulsório que sugiro deverá incidir exclusivamente sobre os lucros indecentes dos bancos e em cima das grandes fortunas, mais precisamente dos bilionários. Esqueça os milionários até que tomem vergonha na cara e se juntem ao patamar dos bilionários. E nem se preocupe com o que o representante dos bancos em seu governo vai dizer. Afinal, ele aguenta qualquer humilhação, como vosmecê já provou.
Porém acabe com essa murrinha de negar o uso da máscara e do distanciamento. Até meu amigo Fábio, que é tão ou mais sinceramente bruto do que Vossa Excelência recomenda essas precauções desde o início da pandemia.
Capitão, faça as pazes com a saúde do povo e o futuro do Brasil.
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OPINIÃO - 22/11/2024