João Pessoa, 26 de maio de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O Brasil vive o apogeu da democracia, depois da longa e obscura ditadura militar que cerceou liberdades individuais, calou vozes dissonantes na marra ou na escuridão das covardes torturas e reduziu o sistema partidário à quase nada. Graças a Deus, viramos essa maculada página de nossa história.
Nessa nova quadra, entretanto, sinalizamos pouca maturidade no usufruto da democracia plena. Basta tomarmos como exemplo a proliferação desenfreada, circunstancial e descomprometida de partidos políticos para todos os gostos e figurinos. Um deboche à Nação.
O mais novo na praça é o Partido Republicano da Ordem Social (PROS), que protocolou nessa semana pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral. O presidente da sigla, Eurípedes Junior, coletou e já entregou ao TSE 530 mil assinaturas de apoio validadas em 20 tribunais regionais eleitorais.
O PROS, como a maioria das sublegendas em processo de criação, não tem linha ideológica e programática definida. O próprio presidente, sem qualquer pudor, tranqüiliza e avisa à ‘clientela’ de possíveis candidatos a filiados ao partido: “Não temos dificuldade em questão de coligação”.
A banalização deve preocupar instituições, autoridades e sociedade porque, salvo raras exceções, a maioria desses embriões de partidos está a serviço de métodos pouco republicanos e casuísticos. Além das 30 que já temos, outras 30 legendas pleiteiam registro, tal qual o PROS. E se investigarmos a essência dos pleitos veremos muito mais ‘contras’ do que ‘prós’.
Regional –
Na Paraíba, segundo dados da Secretaria Judiciária do TRE, treze partidos estão recolhendo assinaturas de apoio às suas respectivas criações e registros na Justiça Eleitoral, conforme a Resolução nº 23.282/2010.
Piada –
Pelas denominações já dá pra se deduzir o caráter jocoso e dispensável de alguns. Partido Pacifista Brasileiro e Partido Carismático Social acrescentariam o quê além de gargalhadas durante a propaganda partidária na TV?
Faro de Cássio–
Quando o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) levantou na tribuna do Senado a suspeita de que os boatos do fim do Bolsa Família poderiam ter sido alimentados pelo próprio Governo, houve quem achasse uma precipitação. Agora, a própria Caixa Econômica Federal admite que comandou a antecipação no calendário de depósitos do programa.
Jogada–
“Minhas suspeitas estão se confirmando”, disse o senador tucano, para quem desde o começo o esquisito episódio deixou margem de dúvidas sobre a origem dos boatos que levaram usuários de 13 Estados aos caixas.
Atrás do prejuízo–
Sem mandato com a ascensão de Carlos Dunga (PTB), o ex-deputado Genival Matias gasta o tempo de folga agora visitando municípios na tentativa de atrair filiações ao seu PT do B e garantir retorno à Assembléia.
Cara feia–
Não perguntem ao vereador Fernando Milanez (PMDB) o que ele achou do desmaio da vereadora Raíssa Lacerda (PSD) em plena tribuna da Câmara Municipal durante pesada e acalorada discussão com o peemedebista.
Cartas na mesa–
“Se está existindo algum problema ele tem que ser posto na mesa”. Do vereador Bira Pereira (PSB) sobre atropelos na relação do ex-prefeito Luciano Agra e aliados com o comando central da Prefeitura de João Pessoa.
Sacada–
O secretário Marcus Alves montou uma equipe de filmagem para acompanhar o prefeito Luciano Cartaxo nas viagens à Brasília. O material abastece as redações de televisão e o petista tem faturado aparições nos telejornais.
Debate–
Ao lado dos secretários, Cartaxo abriu ontem pela manhã a 5ª Conferência Municipal de João Pessoa na Estação Cabo Branco. O evento discute até hoje ações e políticas públicas para construção de uma cidade sustentável.
Ao largo–
Causou indignação ao segmento agropecuarista paraibano a ausência da classe política do Estado no lançamento do Sertão Empreendedor. O diligente presidente da Faepa, Mário Borba, lamentou a indiferença com o setor.
Jejum–
Nos bastidores do evento, produtores e criadores rurais reclamaram que há três anos o Governo do Estado não promove uma exposição de animais para fomentar o setor. Queixam-se da falta de incentivo governamental.
Economia–
Dados do Núcleo de Manutenção Cadastral da Secretaria Estadual da Receita: o número de estabelecimentos do setor industrial cresceu 43,7% nos últimos dois anos na Paraíba. Subiu de 7.849 mil para 11.576 mil indústrias.
Superávit–
O setor industrial na Paraíba tem crescido, em média, 12% ao ano, bem acima do índice nacional nos últimos anos, aponta o presidente da Fiep, Francisco Buega Gadelha. É o único segmento que tem se mantido superavitário.
PINGO QUENTE–“Essa conversa eu vi na eleição passada”. Do prefeito Luciano Cartaxo sobre a tese de que o PT retirará a candidatura ao Governo em nome das alianças e interesses nacionais da legenda.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024