João Pessoa, 23 de março de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Faz muito tempo que li “O Retrato de Dorian Gray” (1891), de Oscar Wilde, (foto) e mais tempo ainda que não olho meu outro retrato no espelho, que envelheceu na moldura. Coisas do “insignicantismo”. Ou foi a moldura que envelheceu?
A verdade dói.
A cara do mundo, cada vez mais triste na reivindicação do sofrimento de muitos, para mostrar uma cara nova, com saúde, está difícil. Primeiro, precisamos nos impor, depois, vamos ao salão de beleza. Combinado?
Tenha vergonha na sua cara, use máscara!
Nesta “era do limite” em que vivemos, o silêncio se transformou numa coisa infernal. Cada um que mostre seu retrato. Dito de outra forma, existe uma competição entre o silêncio e o grito, que é cada vez mais desfavorável ao primeiro.
Os “batidões”, estão disparados. O uivo do cão Bola, não chega perto dos decibéis. Respeita, vagabundo!
Vamos pensar assim – um imbecil capitalista está construindo um prédio próximo a nossa casa. Todos os dias exala um cheiro forte de piche queimado, do latim pix. Uma coisa insuportável. Quase não consigo fazer meu trabalho em home office. Para escrever na varanda, tenho que usar máscaras.
Mas eu não tenho cara, nem tempo de entrar na justiça para que a obra pare e os operários fiquem sem receber o dinheiro da feira. Tá doido. Manda quem pode, obedece quem tem anus de juízo.
Eu nunca vi tanta cara de pau…
Outro dia vi um projeto de lei que transformará a cidade de Areia (PB) na Capital da Cachaça. Agora vai. Outro parlamentar, o querido João Goncalves, solicita que a Casa de Epitácio Pessoa, faça uma publicidade com os personagens deputados, dizendo que todos devem tomar vacina. Quem são todos?
Aliás, João é aquele que não perdia um velório. Nessa pandemia, deu no pé. Tá certo.
Eu mesmo nunca perdoei à cebola por me ter feito chorar à toa, (a Maju Coutinho disse que chorar é livre, depois pediu desculpa). Buá. Eu não escuto vozes, mas dizem que quem fala demais, dar bom dia a cavalo. Eu não tenho sequer um pangaré.
Com um bocadinho de gosto, eu ainda penso num guisado, num cozido, desligo o computador e como sozinho. Tá na cara, né?
Já passamos do limite? O mundo está dividido entre quem se importa, quem não se importa e quem finge que se importa, mas não goza. E priu.
Diário do Brasil
A julgar pelo que não se lê por metro no país, e poder inferir-se por essa vibe, o sumiço de Regina Duarte é um pavão misterioso. Séculos sem fim, além. Nada de amofinar, viu?
Aliás, nesse calor da bexiga, nunca poderíamos ter filósofos. Talvez comer uma carne de sol na sombra. Mas até a carne está fora dos planos da minha navalha.
Resta, então, a quem precisa de livros para viver, comprá-los em livrarias de saldos ou usados nos sebos. Nem todas os países são indistintos. Nem todas as reginas são traquinas. Sequer tomam cloroquinas.
Clap, Clap, Clap. Regina, como ficção e não como sociabilidade deve estar na mesma choupana de Marcello Querido Mastroianni. Ele não há de se dedicar mutuamente ao seu gabinete, trocando laudatórias palavras de circunstâncias e, como artista, fará seu papel Central no Platô da História. Ô posse demorada!
PS: Por hoje é só. Vou ali assar meu pão.
Kapetadas
1 – Em que momento a humanidade se tornou tão insuportável? Tá craude brô.
2 – Vocês me acham chato? ( ) não ( ) nem um pouco ( ) claro que não ( ) imagina
3 – Som na caixa: “Mas da moldura não sou eu quem lhe sorri”, Roberto Carlos.
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OPINIÃO - 22/11/2024