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CATÁSTROFE

Costa Leste dos EUA tenta retomar rotina após supertempestade Sandy

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publicado em 31/10/2012 ás 08h59

 A Costa Leste dos EUA tenta retomar sua rotina nesta quarta-feira (31), após a violenta passagem da supertempestade Sandy, que provocou destruição, inundações, blecautes e pelo menos 43 mortes.

Vários espetáculos e musicais da Broadway serão retomados nesta quarta em Nova York, uma das cidades mais afetadas, com 18 mortos. Espetáculos de sucesso como ‘Jersey Boys’ e ‘The Book of Mormon’ voltarão a ser encenados, anunciou a Broadway League Industry.

A Bolsa de Valores de Nova York também retoma os negócios, após dois dias de paralisação.

Os transportes públicos também voltavam aos poucos ao normal, com ônibus já circulando. O metrô deve voltar em até três dias, segundo o prefeito Michael Bloomberg.

Os aeroportos John F. Kennedy International e Newark Liberty International, dois dos três principais terminais aéreos da região de Nova York, devem reabrir parcialmente nesta manhã, informou a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey.

O aeroporto de LaGuardia permanecerá fechado, acrescentou a Autoridade Portuária em seu site.

Os organizadores da maratona de Nova York confirmaram que a famosa prova será disputada no próximo domingo, apesar da situação caótica.

Blecautes

Apesar da retomada gradual, a volta da energia elétrica ainda deve demorar em algumas localidades.

Mais de 8,2 milhões de lares e comércios, em 18 estados, ficaram sem eletricidade na Costa Leste dos Estados Unidos por causa da supertempestade, informou o governo federal. Os estados mais atingidos são Nova York (2 milhões) e Pensilvânia (1,3 milhão), segundo o Departamento de Energia.
Visita de Obama

O presidente americano, Barack Obama, que interrompeu sua campanha eleitoral desde a segunda-feira por conta da tempestade, vai visitar nesta quarta o estado de Nova Jersey, um dos mais duramente afetados, anunciou a Casa Branca.

O presidente disse ontem que a crise causada pela supertempestade ainda não acabou, afirmando que faria o que fosse preciso para lidar com um drama que, segundo ele, deixou os Estados Unidos de coração partido.

"Esta tempestade ainda não acabou", disse Obama durante uma visita ao quartel-general da Cruz Vermelha americana, em Washington.
O guia de Obama na visita será o governador republicano Chris Christie, um aliado expressivo de seu rival na disputa pela Casa Branca, Mitt Romney, mas que tem elogiado Obama e a resposta do governo federal à tempestade.

O governador Christie disse que o furacão provocou uma "devastação inimaginável" na costa e que os trabalhos para retirar moradores presos pelas inundações continuam.

A Guarda Nacional está ajudando nos trabalhos na região, onde muitas casas foram arrancadas de suas bases e arrastadas pelos ventos e pela água.

Uma empresa de previsão de desastres estimou que as perdas econômicas poderiam chegar a US$ 20 bilhões, sendo apenas metade desse valor garantida por seguros.

Sandy tocou a terra na noite desta segunda pela costa de Nova Jersey, com ventos de 130 km/h e deslocando-se a 37 km/h.

Nesta quarta-feira, Sandy avançou em direção ao interior e fez nevar nas montanhas do Apalache. A tempestade continua movendo-se devagar sobre a Pensilvânia, e deve seguir para o norte em direção ao oeste do Estado de Nova York e ao Canadá, informou o Serviço Nacional de Meteorologia.
Foram emitidos alertas de nevascas e avisos de enchentes na costa para as margens dos Grandes Lagos.
Campanha interrompida

A passagem da tempestade interrompeu a campanha eleitoral americana, a uma semana das equilibradas eleições de 6 de novembro.
Tanto Obama como seu rival republicano, Mitt Romney, cancelaram eventos eleitorais.

Os dois candidatos têm consciência da importância política de dedicar toda a atenção às consequências da tragédia, pois lembram do que aconteceu com o furacão Katrina em 2005.

A resposta ao Katrina, que devastou Nova Orleans (Louisiana, centro-sul do país), foi encarada como um fracasso das autoridades, lideradas pelo então presidente republicano George W. Bush, o que marcou o restante de seu segundo mandato.

Em sua passagem pelo Caribe, na semana passada, Sandy deixou 67 mortos, milhares de desabrigados e muitos prejuízos. Só no Haiti, foram 51 mortos.

G1