João Pessoa, 29 de março de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
(Texto dedicado ao professor da Unifametro Alexandre Pinho Pessoa de Hollanda (07/10/1979-26/03/2021), educador por vocação e apóstolo da inovação universitária)
Imagine uma faculdade em que os dispêndios seguem rigorosamente o que foi estabelecido em orçamento. O planejamento estratégico é executado de forma consistente. Contudo, no coração do gestor, persiste o sentimento de que a instituição, quando responde aos novos desafios, fá-lo de forma extemporânea e ineficaz.
As características acima referidas – higidez orçamentária, disciplina na execução do planejamento estratégico – estão intrinsecamente relacionadas à capacidade de a instituição prestar os serviços educacionais com regularidade, segurança e observância a padrões previamente estabelecidos. Os atributos acima mencionados são adequados para a execução de serviços de contabilidade, processos financeiros internos, armazenamento de dados, jurídico, auditoria, manutenção do ERP educacional, entre outros.
Ocorre que alunos, funcionários e demais stakeholders também demandam o constante aperfeiçoamento e a criação de novos serviços de ordem educacional, financeira, tecnológica etc. O processo de criação de novas ofertas é tão mais eficaz quanto maior for a capacidade da faculdade de produzir uma versão básica da nova funcionalidade; disponibilizar tal funcionalidade ao usuário; e adaptar a funcionalidade conforme o feedback do usuário.
Para esse tipo de atividade, os atributos de adaptabilidae, resiliência e criatividade são essenciais, ao passo que os atributos mais estáticos anteriormente mencionados se mostram inadequados.
Não nos parece razoável pensar que um setor vai ter a capacidade de “mudar de chip”, alternando entre modelos mentais diferentes, várias vezes ao dia, a depender da demanda que se apresente. Sem mencionar que a maioria dos tradicionais departamentos universitários não têm a diversidade de competências e a autonomia necessárias para criar funcionalidades relevantes aos seus clientes.
O quadro acima esboçado reforça a necessidade de fazer com que a estrutura organizacional das faculdades particulares leve em conta as jornadas do universitário e o modelo mental que ela demanda. As projeções de diminuição de receita das faculdades da livre iniciativa, em face da crise econômica e das crises políticas que vamos enfrentar, tendem a tornar ainda mais importante a criação de novas ofertas ao público universitário.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
VÍDEO - 14/11/2024