João Pessoa, 30 de março de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Lutar, remar, arcar, afrontar, arrostar sem dificuldades e não ficar parado. Mais 300 mil mortes? Desliga a Tv. Nada a ver. Detona os pancadões. Usa imobilizador de pimenta.
Emaranhar-se, eriçar-se, embaraçar-se, tropeçar. Matar a Covid. Precisamos ganhar, por esse pão pra comer, por essa cama de campanha para dormir.
Daí um amigo me diz que ficou emocionado com a história de um papagaio da vizinha que fugiu de casa há um ano e foi encontrado no Busto de Tamandaré (praia de Tambaú) e devolvido. Legal. O papagaio fala pelos cotovelos.
Para descrever o papagaio a família disse que ele gostava de cantar “Ai Mouraria” de Amadeu do Vale (o fado mais belo da minha vida na voz de Amália Rodrigues) Todos choraram na volta do papagaio, menos Prometeu.
Final feliz. No áudio do whatsapp, o papagaio canta “Emoções” de Roberto Carlos. Chorei, chorei, até ficar com dó de mim, porque estamos assim, tão despedaçados, os nervos à flor da pele do futuro.
Mas não há tragédia que me fará deixar de celebrar vidas. Festa nenhuma, nem reunião de amigos, nem nada. Basta as plantas do jardim protegidas, do vento forte, as plantas criando entre elas um espaço amável, visível. Como não celebrar isso?
Deu no PasquimPB, na coluna “Só uma tacinha”, do fenomenal HArrudait, que a blogueira Rita B está de amor novo e… mais velho, porque pra cavalo velho, o remédio é capim santo. E se não celebrar o pouco, o miúdo, toda possibilidade de futuro desaparecerá. E que tudo mais vá pro inferno, né Ritinha? Aliás, qual a diferença entre o poste, a blogueira e o coco bambu?
Quando penso que a vacina é uma saída por não haver nada que me tire de casa, aí lembro das ondas de Lulu Santos, dos pêndulos de Foucault, os lobos que alimentamos ou deixamos morrer à mingua. Onde andará meu casaco de general?
Também penso em se estabelecer espaços para que a educação possa se expandir, nos salvar,
Andar às apalpadelas – eu, tu e elas. Estar/ver-se. Dá dentro, dá no couro e ver-se no espelho, espelho meu, sem (ar)puros. E não encontrar o nicho, nem o trinco, talvez a chave de fenda.
Pelo buraco da fechadura, eu como a rapadura. Eu fingindo que não preciso de terapia sendo meu próprio terapeuta.
O velho nó na garganta, nadar entre o rolo da prancha de surfe contra a ressaca. Remar, remar, remar e não morrer na praia.
Mudando de assunto, eu nasci no Ceará, terra de Iracema e do escritor Colaço Filho, de seu amor Patrícia Colaço e Sandra Holanda, a mais bonita do Brasil. Um dia vou passar férias na Praia das Fontes, o lugar que Belchior disse que o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual. Menino, como eu vou gostar.
A primeira vez que alguém fez meu mapa astral, não foi legal, eu estava em Juazeiro da Bahia ao lado de um cego tocando blues. O mapa astral dizia que a minha vida seria marcada pelo amor, que eu me casaria com Marília de Dirceu. Não deu. Quero a alegria de um barco desencalhando para enfeitar a noite do meu bem.
A moça leu a minha mão e disse que ia ser jornalista e me parecia mais coerente com o meu desejo de transformação (a ingenuidade tem destas coisas). E o amor? Afinal, onde está a lógica meu caro Aristóteles? (foto)
Diário do Brasil
Descrença e fé. Fuzil e morte. Farol da Barra. Um policial atirando em policiais? Uma mistura de lixo, dor e covardia. Surto e morte. Placa no Inferno: “Estamos trabalhando para melhor ser vil” O inferno é aqui?
Kapetadas
1 – Cancelar as pessoas é fácil quero ver cancelar a NET, a Oi, a Tim etc.
2 – Como tudo na vida, o importante é comer uma goiabada cascão.
3 – Som na caixa: “Assassinaram a lógica, meteram poesia, na bagunça do dia a dia”, Herbert Vianna
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
TURISMO - 19/12/2024