João Pessoa, 30 de outubro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou emergência nesta terça-feira em três Estados após a passagem da tempestade tropical Sandy. O fenômeno causou 15 mortes em território americano e uma, no Canadá, além de danos graves em diversos Estados da costa leste americana.
O estado de emergência, que foi decretado em Nova York, Nova Jersey e Long Island, permitirá que o governo americano envie ajuda financeira imediata para as regiões atingidas pela tempestade, que passou por sete Estados americanos, deixando 15 mortos.
Nova York é o Estado que acumula o maior número de mortos, com sete. A cidade homônima passa por uma das maiores destruições provocadas por um fenômeno natural, inundando todas as regiões baixas da ilha de Manhattan, em especial o sul da cidade, e deixando 500 mil casas sem energia elétrica.
No Queens, subúrbio nova-iorquino, um grande incêndio atingiu cerca de 50 casas na região de Breezy Point, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Nenhuma morte foi registrada até o momento e agentes tentam controlar o fogo, que começou na noite de segunda.
Todos os aeroportos da região de Nova York — JFK, La Guardia e Newark– foram fechados. O metrô e o túnel que liga a ilha de Manhattan ao Brooklyn foram invadidos pelas águas. Todas as pontes da cidade ao leste foram fechadas e túneis foram bloqueados.
A Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA, em inglês) disse que é o pior desastre da história do metrô da cidade, que tem 108 anos. Pelo menos sete túneis na região do East River estão completamente inundados. Outras duas linhas perderam a energia e seis garagens de ônibus foram atingidas.
Mais cedo, a fachada de um prédio de três andares desabou no bairro de Chelsea, sem deixar feridos, e um guindaste rachou e ficou pendurado no 90º andar do prédio residencial mais alto em Nova York, ainda em construção, em frente ao Central Park.
OUTROS ESTADOS
Em Nova Jersey, um dique se rompeu, ameaçando três localidades próximas, segundo a polícia local. As equipes de resgate estão em alerta para inundações na região.
O nível alto da água também colocou em alerta a usina nuclear Oyster Creek, em que a inundação chega a 1,80 m. Segundo a administração da planta, será necessário usar bombas extras para resfriar a usina.
O reator estava desligado desde o último dia 22, pelo que são descartados riscos de superaquecimento. Outras 104 usinas nucleares tiveram seus reatores desligados ou trabalham com capacidade de geração de energia reduzida.
No Estado, duas pessoas morreram e pelo menos 2.200 famílias tiveram que se refugiar em abrigos públicos. Oito condados receberão ajuda especial para o aluguel de casas para os desabrigados e a reforma das residências atingidas pela tempestade, além de outros programas.
Também foram registradas três mortes na Pensilvânia e uma em Connecticut. Em Virgínia Ocidental, uma mulher morreu em um acidente de trânsito em decorrência de uma nevasca trazida pelo Sandy.
Já na costa da Carolina do Norte, uma mulher morreu no naufrágio de uma réplica do navio HMS Bounty, usado no filme "Piratas do Caribe".
Em Toronto, no Canadá, a polícia local informou que uma mulher morreu em um estacionamento ao ser atingida por uma placa que se desprendeu com os fortes ventos.
Especialistas já calculam as perdas causadas pelo Sandy em até US$ 10 bilhões (R$ 20 bi) só em seguro. O prejuízo total, incluindo comércio, pode chegar a US$ 20 bilhões (R$ 40 bi). Segundo a rede CNN, mais de 6,5 milhões de americanos em 13 Estados estão sem energia.
Mais de 13 mil voos foram cancelados entre domingo e terça-feira, 7.600 somente nesta segunda-feira.
TEMPESTADE
Por volta das 5h locais (7h em Brasília), a tempestade Sandy se deslocava ao sul do Estado da Pensilvânia a uma velocidade de 105 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões.
Ainda como um ciclone extratropical, o fenômeno tocou terra firme por volta das 20h (22h do Brasil), ao sul da cidade de Atlantic City, em Nova Jersey, afetando cerca de 60 milhões de pessoas e deixando Nova York praticamente às escuras.
A cidade é uma das localidades americanas mais atingidas pelo ciclone, varrida por fortes chuvas e ventanias, que inundaram ruas, danificaram edifícios e interromperam o fornecimento de energia.
O prefeito Michael Bloomberg relatou no início desta madrugada que pelo menos 250 mil residências estão sem luz na ilha de Manhattan.
Folha.com
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