João Pessoa, 06 de abril de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O mundo tem pressa. Os motoqueiros tem presa. A pandemia não tem presa. O mundo viaja de avião. Nas cidades, os automóveis ocupam todos os espaços. A economia foi mantida por vários anos com incentivos fiscais à indústria automobilística. Carros com impostos menores, mais prazos. Mais produção. Mais emprego. Pelo menos, foi assim enquanto durou.
Resultado: as cidades incharam. A pessoas ocuparam os espaços em busca do céu, e as ruas foram dominadas pelos veículos. Mas os negócios têm pressa. As entregas precisam ser agilizadas. Porque ninguém espera. A pizza tem de chegar de imediato, só via delivery. Ainda estamos em pandemia.
Como engarrafou tudo, apareceram as motos. Mais compactas, duas rodas, mais ágeis e saem ziguezagueando entre os automóveis. Correm em disparada. Ultrapassam os carros, pela direita, pela esquerda, por trás, pela frente. Buzinam desesperadas. Passam em desabalada carreira tirando os maiores finos do mundo, chega os automóveis se encolhem para não bater.
Há algo que nos é comum. Se uma coisa é proibida e nunca faço, acendo aquele sinal vermelho, sempre que queira fazê-la, e recuo. Mas, se, por outra, começo a burlar uma norma, porque aquilo é inofensivo no princípio, tendo, a cada dia, a burlar mais intensamente essa norma e, quiçá, outras que com ela se correlacionem.
Acho que ocorre um pouco isso com motoboys. Além de terem que defender seus sustentos e isso virou uma guerra, começam a não respeitar as leis de trânsito que existem, primordialmente, para nos proteger. Daí pro exagero, é um passo. Em São Paulo, morre 1,6 motoboy por dia. Isso dá 584 motoqueiros mortos ao ano, só na Capital.
Já viram que também tem morrido mais gente atropelada? Será que não é tempo de repensarmos tudo isso. Será que vale mesmo a pena essa piração nitroglicerinada com irresponsabilidade? Stop! Gente boa.
Devagar e sempre. É pela vida. Sabe quanto ela vale? 13 mil e quinhentos reais no DPVAT. Não é pouco demais pela sua vida?
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TURISMO - 19/12/2024