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Antônio Colaço Martins Filho é chanceler do Centro Universitário Fametro – UNIFAMETRO (CE). Diretor Executivo de Ensino do Centro Universitário UNIESP (PB). Doutor em Ciências Jurídicas Gerais pela Universidade do Minho – UMINHO (Portugal), Mestre em Ciências Jurídico-Filosóficas pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto (Portugal), Graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Autor das obras: “Da Comissão Nacional da Verdade: incidências epistemiológicas”; “Direitos Sociais: uma década de justiciabilidade no STF”. E-mail: [email protected]

Desafios da liderança universitária na economia digital

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publicado em 12/04/2021 ás 07h42

Uma instituição de ensino congrega atividades de diversas naturezas. Algumas são mais repetitivas e voltadas à manutenção da operação – elaboração da folha de pagamento, cumprimento de obrigações tributárias acessórias etc. Outras demandam a constante adaptação em face das exigências dos clientes e das possibilidades tecnológicas que se apresentam.

As diferentes realidades impelem os lideres a adotarem metodologias distintas de gestão a depender da área de atuação. Assim, por exemplo, o lançamento de uma nota fiscal no sistema para pagamento pode ser eficazmente resolvido por uma sequência de atos repetitivos, com uma colaboradora diferente para cada atividade. Para essa atividade, parece-nos adequado que a líder adote fluxogramas rígidos, mantenha um organograma rígido e verticalizado, e priorize a regularidade e a estabilidade.

Por outro lado, atividades como a gestão do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA demandam adaptações mais céleres para aprimorar serviços já ofertados e criar novas funcionalidades. Nesse caso, a equipe multidisciplinar que gerencia o AVA, quando devidamente capacitada, tem mais informações e vivência para apresentar as soluções mais adequadas aos problemas.

É fundamental, assim, dar autonomia para o time responsável pela jornada on-line de aprendizagem desenhar, elaborar, experimentar e avaliar as possíveis soluções às demandas dos estudantes e do corpo docente.

A necessidade de apresentar novas funcionalidades, a partir de novas tecnologias e de forma célere, não se compagina com uma estrutura organizacional verticalizada e departamentalizada.

À gestora educacional cabe auxiliar os membros do time ágil em questão a construir seu propósito, seus objetivos, suas crenças, seus valores e seus princípios. Posteriormente, o time definirá e adaptará permanentenente seus processos, suas ferramentas e suas práticas para alcançar os objetivos já estabelecidos.

Não é recomendado, nesse sentido, acelerar a construção dos elementos acima mencionados, nem menosprezar a importância do alinhamento entre os membros do time. Entre muitos outros aspectos da liderança, ressalto a importância de prover um ambiente de segurança psicológica e de fomentar um modelo mental voltado à produção de novos serviços e funcionalidades que agreguem valor aos alunos.

Em arremate, a economia digital impele as gestoras educacionais a adaptarem a estrutura, os processos, a cultura e as práticas organizacionais. Cabe às gestoras educacionais identificar onde a aplicação das metodologias ágeis é mais adequada e auxiliar os atores-chave de cada jornada do aluno a construir uma mentalidade ágil.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB