João Pessoa, 15 de abril de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A facilidade de comunicação entre os jovens hoje em dia é uma coisa fantástica. E a rapidez dessa comunicação não fica restrita apenas a essa rapaziada. Nós, adultos, também embarcamos nessa e adicionamos ao nosso vocabulário expressões usadas pela juventude.
Quem ainda não ouviu ou usou a expressão “de boa” e “só que não”? Ambas estão circulando com muita desenvoltura nas redes sociais e até nos noticiários da televisão. Cá entre nós, de boa, vamos conversar descontraidamente.
Qual brasileiro minimamente politizado que não anda envergonhado com tudo o que está acontecendo em nosso país? De boa, muitos acham que a corrupção vai acabar. Só que não. Debaixo dessa ponte muita água turva ainda vai rolar.
Agora, de boa, com a importação de médicos a nossa saúde deu um salto qualitativo digno de olimpíadas. Só que não! A sofrida classe menos favorecida continua sentindo os efeitos deletérios desse mal endêmico. Um vírus ameaça o país inteiro e nos deixa a todos em polvorosa.
Mas nem tudo está perdido. Nós, brasileiros, somos otimistas e já disse Paulo Pontes que nossa profissão é a esperança. Esperança que Lygia Fagundes Telles (foto) ganhe o Nobel de literatura; que algum filme brasileiro leve a estatueta do Oscar; que a Seleção Brasileira de Futebol abocanhe mais um título mundial. E por aí vai, dentre outras ambições que sepulte, definitivamente, nosso complexo de vira-latas.
Como bom sonhador tenho esperança de um dia – que seja antes de eu perder a capacidade de sonhar -, poder ouvir música de qualidade em nossas rádios; de ver sepultada a desigualdade de gêneros. E por fim, que eu possa, engalanado, de boa, ouvir a leitura deste texto no Jardim de Academus. Só que não.
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OPINIÃO - 22/11/2024