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VARSÓVIA, 24 Out (Reuters) – Wilhelm Brasse, ex-prisioneiro de Auschwitz cujas fotografias do interior do campo de morte nazista forneceram um registro histórico arrepiante dos horrores cometidos no local, morreu ao 95 anos, disse uma historiadora do Museu Auschwitz, nesta quarta-feira.
Brasse, que morreu na terça-feira, foi enviado ao campo depois de ser pego em 1940 tentando fugir da Polônia ocupada pelos nazistas para se unir aos militares poloneses no exílio.
Ele foi colocado para trabalhar em um setor que tinha de arrastar os corpos das câmaras de gás para serem incinerados.
Quando seus carcereiros de Auschwitz descobriram que ele era um fotógrafo experiente, determinaram que tirasse fotos dos prisioneiros para os arquivos internos da prisão e para registrar as visitas dos oficiais alemães do alto escalão para a posteridade.
Brasse também recebeu ordens de tirar fotos das experiências médicas conduzidas pelos médicos do campo nos presos.
"Ele tentou voltar para a fotografia (depois da guerra), mas era muito difícil para ele", disse à Reuters a historiadora do museu de Auschwitz Teresa Wontor-Cichy. "O fato de ter tirado tais fotos era perturbador para ele."
Os nazistas mataram 1,5 milhão de pessoas, a maioria judeus, em Auschwitz, um campo situado perto do vilarejo polonês de Oswiecim.
Entre os poucos registros fotográficos do campo da morte, as fotos de Brasse foram recuperadas dos arquivos nazistas no fim da 2a Guerra Mundial e agora são uma peça-chave nas exposições do museu de Auschwitz.
Durante os cinco anos que passou no campo, Brasse tirou cerca de 50 mil fotos, das quais quase 40 mil sobreviveram. Brasse, que tinha uma ascendência mista austríaca e polonesa, foi ativo na montagem do museu de Auschwitz e passou os anos depois da guerra ajudando a educar jovens, em especial os da Alemanha, sobre o holocausto.
Em 2005, o diretor polonês Irek Dobrowolski lançou um documentário sobre a vida de Brasse, chamado "O Retratista" ("Portrecista").
O fotógrafo será enterrado na quinta-feira na cidade de Zywiec, no sul da Polônia.
G1 com Reuters
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