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Em entrevista ao Hora H, da Rede Mais Rádio, o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atribuiu a queda de mortes na Paraíba às restrições impostas pelo governo estadual e prefeituras em março. Na última semana, o estado registrou o maior índice de queda de óbitos no país, com 27%.
“Sem dúvidas é um reflexo dessas medidas. Ela funciona. A questão que precisamos lembrar é que elas demoram a surtir efeito. Manter medidas em diferentes níveis de intensidade por um período longo para que desse tempo para quebrar a cadeia de transmissão e reduzir os novos casos e finalmente isso se refletir em diminuição da ocupação de leitos. Temos que lembrar a escala envolvida nesses processos. Entre a infecção e a internação para aquelas pessoas que precisam, temos uma semana do primeiro dia de sintoma ao primeiro dia de internação. Quando começa a cair os casos isso só vai refletir em menos internações uma semana depois. E as pessoas que acabam se internando têm mantido uma média de duas, três semanas de ocupação. Entre parar de crescer os casos e liberar leitos tem esse tempo aí das pessoas que já estavam internadas receberem alta”, avaliou Gomes.
Para o pesquisar, é necessário que a Paraíba mantenha cautela nas medidas de flexibilização, para que não corra o risco de voltar a sofrer com a pressão sobre o sistema de Saúde. “Quando as medidas são tomadas elas precisam ser mantidas por tempo suficiente para que tenhamos observar os efeitos. Ao contrário, se flexibilizarmos muito cedo a gente não vai nem ter o resultado positivo e podemos voltar a colocar uma pressão na nossa estrutura de atendimento”.
Nesta segunda-feira (19), a Paraíba registrou o menor número de pacientes internados por Covid-19 desde 07 de março. No momento, o estado tem 687 pessoas em tratamento. Também em março a Paraíba chegou a superar 900 internações em decorrência do coronavírus.
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