João Pessoa, 22 de outubro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Uma pesquisa internacional feita a pedido da BBC revelou que 65% dos brasileiros preferem a reeleição do presidente americano Barack Obama à chegada do ex-governador de Massachusetts Mitt Romney à Presidência dos Estados Unidos.
A preferência brasileira por Obama segue uma tendência mundial. O democrata é apontado como a melhor escolha para a Casa Branca em 20 dos 21 países pesquisados. O levantamento não inclui os EUA.
A pesquisa foi realizada com mais de 21 mil pessoas entre julho e setembro deste ano pelo instituto GlobeScan/PIPA.
O resultado mostrou que 50% do total de entrevistados torcem por Obama. Os favoráveis a Romney somam 9%, e os demais declararam não ter nenhuma preferência.
Os resultados contrastam com as pesquisas de opinião internas dos EUA, que mostram os candidatos praticamente empatados.
O país onde Obama atingiu o maior índice de popularidade foi a França (72%). A Austrália obteve a segunda maior taxa de aceitação (67%), seguida por Canadá e Nigéria (ambos com 66%).
Assim como no Brasil, na Grã-Bretanha e no Panamá o democrata é preferido por 65% dos entrevistados.
Romney vence apenas no Paquistão, onde foi citado por 14% dos entrevistados. Obama foi lembrado por 11% da população.
A pesquisa tem margem de erro de quatro pontos percentuais.
Simpatia – O democrata é o preferido da maioria dos brasileiros devido à política internacional mais pacifista, segundo Fabián Echegaray, diretor da Market Analysis – empresa responsável pela pesquisa no Brasil.
‘O brasileiro é sensível aos temas da violência e do crime. A questão da guerra se relaciona com isso. O governo de Obama teve uma experiência bélica e militar menor, em contraste com a administração anterior (de George W. Bush)’, disse ele à BBC Brasil.
Contribuíram para isso, segundo Echegaray, a retirada das tropas do Iraque e a redução da escalada militarista americana.
Segundo a pesquisa, o índice de aprovação do democrata subiu entre os brasileiros em quatro anos – de 51% em 2008, segundo pesquisa semelhante realizada na época pela BBC, para os atuais 65%.
‘Em 2008, Obama era um desconhecido. Ao longo dos anos, na ótica do público, ele foi se comprovando mais pacifista e menos intervencionista’, afirmou.
Echegaray disse ainda que Obama atrai mais a simpatia do público brasileiro do que Romney por causa de sua aparência física.
Segundo ele, assim como ocorreu na eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a população tem mais facilidade para identificar Obama como um membro do povo do que Romney.
‘Os brasileiros veem Obama como pardo e isso gera maior identificação. Romney, caucasiano, é visto como o americano branco’, disse.
Popularidade – Assim como ocorreu no Brasil, a popularidade de Obama subiu em diversos países em relação a 2008.
Em sete dos 15 países pesquisados tanto em 2008 quanto 2012, o índice de aprovação de Obama subiu. São eles: França, Brasil, Grã-Bretanha, Panamá, Indonésia, Índia e Turquia.
A popularidade do democrata caiu no Quênia – terra natal de seu pai – e também no México, na Polônia e na China.
O índice permaneceu o mesmo na Austrália, Canadá, Nigéria e Alemanha.
G1
ENTREVISTA NA HORA H - 27/11/2024