João Pessoa, 06 de maio de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Lembro como se fosse hoje. A professora de hidroginástica relatando vários problemas que tem em suas aulas. Uma criança de 6 anos acabara de chegar com uma cifose acentuada, parecendo um idoso. Foi indicada pelo médico para fazer hidroginástica. O caso é físico e psicológico diz a mãe: “apareceu pelo uso excessivo do celular, utiliza-o vinte quatro horas, sem que consiga comunicar-se com ninguém.” Mãe é mãe.
Paulo é rebelde, atrapalha a aula, não quer fazer os exercícios programados, exigindo paciência para convencê-lo. Outro aluno também não quer fazer os movimentos solicitados e fica desafiando a docente. Ela insiste, mas é em vão e, querendo dar continuidade à aula, solicita que Rodrigo retire-se levando o material didático para guardar como de costume. Ele saiu pegando o material e jogando em cima do pai que assistia tudo inerte sem tomar nenhuma providência. Pai é pai ,mas precisa saber lidar com a situação.
Na aula seguinte a mãe apareceu para reclamar por ela exemplar seu filho e como solução retirou-o da natação e por aí vai… Outro exemplo de autoridade das crianças: vi num restaurante quando um casal entrou com a filha e perguntou onde queria ficar? Ela escolheu e quando todos estavam sentados, resolveu ir para outra mesa e os pais obedeceram. Isso não procede;
Antes, a disciplina era rígida; seguíamos o 5º mandamento da lei de Deus, “Honrar pai e mãe”. Havia direitos e deveres para ambos. Filhos obedeciam e respeitavam os pais.
O tempo evolui e se diz moderno por adotar uma educação fundamentada em princípios psicológicos de permissividade.
O patriarcado do passado foi substituído pelo filiarcado. Como entende Ceres Araújo (2005) “As crianças são superpoderosas na família e na escola”. Será que isso continua nessa pandemia?
O ensino é dirigido para se alcançar o sucesso no mundo da competitividade. Diante da premissa, impõe-se que sejam inteligentes, espertos, independentes, exigentes e intolerantes.
Não admitem limites, frustrações e esperas. Seus desejos têm que ser satisfeitos de imediato.
Os pais e mestres são subjugados, desvalorizados, desrespeitados e não se constituem modelos de identidade.
Fica difícil, para mestres e educadores. Aonde vamos chegar? E quando essa pandemia passar e se passar…
Hoje o que mais vemos são jovens morrendo em consequência da Covid 19 e o noticiário nos mostra jovens em festas, podendo estar em casa lendo bons livros.
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OPINIÃO - 22/11/2024