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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

A biruta era uma furada, todos sabiam

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publicado em 07/05/2021 ás 07h32

Um vento vadio e descomprometido com a lógica, com a humanidade também, varreu a mentalidade de um povo e subverteu-lhe o bom senso. O vento, que é tido como um coringa, panaceia geral, Posto Ipiranga das soluções, de repente, desandou de vez, alguns pensam.
Mas, não é verdade! O vento sempre foi biruta, daquelas furadas por todos os lados, com um treco no meio da garganta, tipo pinguelo desbocado, como se fosse uma língua rota e descontrolada, cuspindo o nada, sandices, ideias maldosas em busca da eliminação ou redução de qualquer gasto social que minimize a penúria da nossa gente.
Mas, o vento raquítico de ideias ligadas ao respeito e à cidadania, ávido para encher o bucho do grande capital, não chegou sozinho. Todos sabiam que ele soprava vindo do hiato dos infernos. Encontrou aqui solo fértil, uma mídia venal, uma elite xucra, um povo analfabeto, uma gentalha que não admite filhos de porteiro na universidade, povo andar de avião, gente ficando velha… Um horror! Quem já se viu pobre querendo longevidade?
E muitos, porque são filhos do mesmo sopro de horrores, da mesma irresponsabilidade com o bom senso, do mesmo culto que pisoteia a bondade e o amor, da perversão militaresca em sua formação zarolha, capitaneados por um ser das trevas, vestiram a camisa do patriotismo dantesco, do preconceito deslavado, do mau gosto tupiniquim e, sem vergonha alguma, desfilam pelas ruas a verborragia contra o estado democrático de direito e contra as instituições do país.
É como se as portas do inferno tivessem sido escancaradas, e um horda de gente ruim tivesse saído ao mesmo tempo, como se fosse para um jogo da seleção brasileira. Mas, não é assim. Não há jogo algum, apenas estampam pelos labirintos da democracia (da qual não querem ouvir falar) o ufanismo, o ódio, a avareza, a hipocrisia e a prepotência, tudo para não respeitar as minorias, as diferenças, a ciência, a arte, o bom senso e a vida, principalmente.
Sei não, viu? Se isso continuar assim, este Brasil perde as botas. O juízo já perdeu.

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