João Pessoa, 13 de maio de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A expressão é conhecida no meio policial e vem designar o local para onde a vítima é levada, de forma dissimulada, achando que vai tratar de determinado assunto, e ao chegar é surpreendida por uma ação criminosa. Diz-se que foi conduzida ao “cheiro do queijo”.
Mas não é exatamente o sentido figurativo da frase que interessa neste momento. Vou explicar. Uma das peças íntimas do vestuário masculino já foi utilizada até para guardar moeda estrangeira, com vistas a escapar da fiscalização em aeroporto. Agora, utilizar a cueca para acomodar alimentos, é novidade.
Tal façanha aconteceu em um dia de domingo, quando um deputado federal que cumpre pena de 7 anos e 2 meses por irregularidades em licitações – época em que era prefeito de uma cidade interiorana –, tentou entrar no presídio da Papuda (DF), com um queijo provolone e biscoitos escondidos na cueca. A reprimenda do parlamentar presidiário estava sendo cumprida em regime semiaberto (aquele onde o preso é solto para trabalhar durante o dia e se recolhe à noite). Nas revistas feitas pelos agentes penitenciários a esperteza do nobre representante do povo foi descoberta. Sua saída tinha sido autorizada pela justiça para que pudesse a cada três dias de trabalho reduzir um dia de sua pena. Isso fazia do congressista um dos mais assíduos, até mesmo em dia que não tinha sessão. A gula noturna do deputado já o levou ao isolamento por outra tentativa de entrar com comida no presídio. Novo inquérito foi instaurado e possivelmente será posto em uma cela isolada.
Queijo provolone com suor de genitália e biscoitos com pelos pubianos, poderiam causar ao estômago refinado do parlamentar um mal-estar. Ainda bem que os agentes atentaram para sua alimentação oculta e mal cheirosa, e evitaram uma indigestão no legislador encarcerado.
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OPINIÃO - 22/11/2024