João Pessoa, 20 de maio de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Estou cumprindo a recomendação de isolamento social. Permaneço em casa e, ao contrário de algumas pessoas, não estou achando um tédio. Junto aos meus tocamos a rotina do lar. Para quem cultiva certos hábitos a reclusão domiciliar pode ser tirada de letra, literalmente, pois ler e escrever já é, por si só, um ato solitário. E assim vamos contribuindo para evitar a disseminação do Covid 19, que resultou nessa pandemia do novo coronavírus.
Afora os amigos e alguns parentes, tudo o que mais gosto tenho dentro de minha casa. Posso até trabalhar remotamente, despachando processos eletrônicos e mantendo contato com os colegas de labuta através das redes sociais. A vida segue sem pressa: regar as plantas do jardim; ouvir música; ver filmes; atualizar a leitura e até bebericar com moderação (não é assim que recomendam os médicos e a propaganda de bebidas alcoólicas?). Esposa e filhos sempre ali, pertinho e colaborativos, mas abstêmios.
Os sintomas do novo coronavírus, segundo as autoridades de saúde, são febre, tosse, moleza no corpo e dificuldade em respirar. Em princípio parece até uma gripe, mas não é. E falando em música e leitura, lembrei que aquela que é cultuada como a maior escritora brasileira, Clarice Lispector, não nasceu no Brasil, e sim na Ucrânia. A cantora Carmem Miranda que projetou nosso país no exterior com requebros e balangandãs não era brasileira, mas portuguesa. A Argentina também se orgulha de seu ícone do tango: Carlos Gardel (foto), mundialmente famoso, mas que nasceu na França. E ficar em casa também dá nisto: a gente imagina que está escrevendo um texto fenomenal, mas que parece uma redação escolar do ensino fundamental com a profundidade de um pires. O que você prefere: a casa ou a agitação das ruas? Cecília Meireles responde: “Mas não consegui entender ainda /qual é melhor: se isto ou aquilo”.
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TURISMO - 19/12/2024