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Ela está de volta! A exibição do número de curtidas nos posts do Instagram voltou e traz alegrias para uns e preocupações para outros. Indo na contramão do que muitos podem imaginar, o mercado de publicidade e os profissionais que atuam nessas novas mídias não são tão beneficiados assim com esse retorno. E eu explico o porquê.
Tão logo o anúncio foi realizado, o senso comum veio com a tendência a enxergar que o ‘velho-novo’ recurso seria algo positivo para estratégias dos negócios na plataforma, enquanto para as outras parcelas da população era um grande retrocesso.
O diferencial dessa vez é que a exibição da quantidade de ‘likes’ é completamente opcional. Conforme explicou a companhia, o usuário pode ativá-la para mostrar o número de curtidas em suas publicações, como também poderá escolher se quer ter acesso ou não aos índices dos perfis que segue.
Em 2019, quando o Instagram decidiu suspender a divulgação das curtidas, o mercado de publicidade e marketing na internet se deparou com uma incógnita: será que a medida reduziria o impacto dos negócios na rede?
Digital influencers que até então estavam habituados a basear suas entregas apenas a partir da quantidade de curtidas dos seus posts, passaram a contar com outras nuances para perceber e replicar para os contratantes a aceitabilidade de seus seguidores. De mesmo modo, as empresas e as agências digitais também tiveram que olhar para outras métricas e enxergar atributos além do número de curtidas.
Para o Instagram, os ´likes’ também passaram a não ser o principal foco de percepção de engajamento na rede e a quantidade de posts compartilhados e salvos, por exemplo, passou a ganhar uma interpretação diferenciada pelos famosos algoritmos do dispositivo. Hoje a companhia percebe a interação nos stories e o diálogo via mensagem direta – itens que não são expostos – com grau de assertividade mais real na produção de conteúdo, que uma simples curtida no feed.
Já quando o assunto vem para os usuários da rede, o final da contabilidade dos likes no feed tem uma tendência a uma maior aceitação. Embora que, segundo o Instagram, as pesquisas realizadas sobre o assunto nos últimos dois anos, mostraram os seguidores bastante divididos entre o retorno da exibição das curtidas e a manutenção da não divulgação.
Em entrevista coletiva à imprensa na semana passada, o presidente-executivo do Instagram, Adam Mosseri, disse que as respostas se dividiam entre aqueles que achavam que o ambiente digital ficou bem mais saudável, enquanto os que argumentaram que ver a contagem de curtidas era bom para se ter uma ideia do que é tendência ou popular na plataforma.
Por isso, o grupo resolveu que o recurso seria opcional e ainda estendeu a novidade para o Facebook, que também passou a contar com a mesma aplicação. E as pesquisas não param por aí: a companhia anunciou que continuará financiando pesquisas externas sobre as experiências com o aplicativo. Quem tiver uma boa ideia, pode procurar a empresa até o dia 13 de julho e concorrer à seleção que vai premiar em até US $ 50.000 projetos de até um ano de duração realizados por instituições acadêmicas e organizações sem fins lucrativos, isso inclui pesquisadores individuais também.
Diante desse cenário, acredito que a exibição das métricas pode ter efeito menos festejado que se imagina para o mercado. Sem dúvida, perfis com um maior número de seguidores estão mais satisfeitos, enquanto perfis com menor quantitativo ficaram mais preocupados.
Entretanto, a pausa na “ditadura dos likes”, embora sozinha seja insuficiente, trouxe lições valiosas para todos os agentes da plataforma – usuários, mercado, perfis contratados e contratantes – e fez que todos pudessem enxergar melhorias e se reinventar no aproveitamento do Instagram como fonte de relacionamento, informações e bons e lucrativos negócios.
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OPINIÃO - 22/11/2024