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Antônio Colaço Martins Filho é chanceler do Centro Universitário Fametro – UNIFAMETRO (CE). Diretor Executivo de Ensino do Centro Universitário UNIESP (PB). Doutor em Ciências Jurídicas Gerais pela Universidade do Minho – UMINHO (Portugal), Mestre em Ciências Jurídico-Filosóficas pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto (Portugal), Graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Autor das obras: “Da Comissão Nacional da Verdade: incidências epistemiológicas”; “Direitos Sociais: uma década de justiciabilidade no STF”. E-mail: [email protected]

Crise e Oportunidades na Educação Superior

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publicado em 14/06/2021 ás 07h09

David Rogers (foto), na obra The digital transformation playbook, explora alguns elementos da proposta de valor das universidades. Segundo o professor da Columbia University, o gestor universitário deve investigar três áreas: novas tecnologias; tendências de comportamento e de consumo; e demandas do consumidor ainda não atendidas.

Desde o início de 2020, as instituições de ensino superior foram impelidas a utilizar ou intensificar a utilização de novas tecnologias para se adaptar às restrições que o Estado lhes impôs. Nesse sentido, os serviços virtuais foram ampliados, fazendo uso, entre outras, das tecnologias mobile, redes sociais, realidade virtual etc.

No que tange às mudanças de comportamento, é razoável pensar que alguns hábitos dos estudantes foram modificados em caráter permanente. Em que pese o saudosismo que os estudantes e professores nutrem em relação às atividades presenciais, o fato é que a educação a distância goza de muito mais aceitação agora do que há dois anos.

A terceira área a ser explorada (demandas do consumidor não atendidas) é, na minha modesta opinião, a menos desenvolvida no seio das instituições. Como ocorre na grande maioria das empresas, a estrutura e os processos das faculdades particulares com fins lucrativos são majoritariamente voltados à prestação de serviços educacionais de graduação, pós-graduação, entre outros.

O gradual e progressivo relaxamento das vedações às atividades educativas presenciais traz consigo a tempestade perfeita para a concepção de novos elementos da proposta de valor das universidades. Com efeito, as universidades particulares adquiriram forçosamente know-how na aplicação de novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem.

Ademais, os novos hábitos dos estudantes, dos professores, das famílias e dos empregadores suscitam novas demandas ainda não atendidas pelas universidades. Assim, formou-se um ambiente prenhe de oportunidades e propício a inovações.

Para conceber esses novos elementos da proposta de valor da universidade particular, as gestoras podem apresentar aos seus funcionários algumas questões. Quais são os anseios (novos e antigos) do alunato ainda não suficientemente atendidos? Que novas tecnologias poderiam ser empregadas para atendê-los? Que novos hábitos foram criados a partir do uso das novas tecnologias no ensino?

Em jeito de conclusão, no último ano e meio, o emprego acelerado das novas tecnologias na educação superior e o surgimento de novos comportamentos suscitaram novos anseios por parte de alunos, famílias e empresas. As universidades particulares empregaram copiosamente as novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem,

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB