João Pessoa, 15 de junho de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Pouco tenho me metido nessa seara que envolve as discussões sobre o que deve ou não deve ser feito com relação à pandemia. Principalmente, porque acho que tem gente demais opinando. Quem sabe de alguma coisa, quem sabe mais ou menos muito, e quem nada sabe. Mas vejo que ninguém está disposto a calar o bico, como minha mãe nos mandava quando éramos inconvenientes.
Pois é. Tem momentos que desejo dizer para algumas pessoas. “Cala teu bico”. É que opinião demais enjoa. Brincadeiras me enjoam. Esse negócio de vacinar e virar jacaré, não aguentava mais as joças. Sei que queriam atingir um alvo específico; mas a forma como protestamos, podemos atingir outros que não queríamos, e deixamos nosso alvo a salvo.
Não consegui brincar com nada até agora. Nesse passeio que fazemos entre mortos e feridos, nada poderia me deixar pensar em alguma graça. Não tem graça nenhuma! A última fala do Presidente , que os vacinados com as duas doses, poderiam largar mão das máscaras, é temerária. Inoportuna. Desastrosa.
E não me venham dizer que máscara faz isso ou aquilo, de mau ou de bom. Fecho com o Presidente do Conselho Federal de Medicina: o que temos mais são incertezas. Médicos e cientistas que babam sabedorias, como se falassem as mais puras verdades científicas, me dão dó. São autocentrados e pouco convenientes.
Sabemos das coisas pelo acúmulo de conhecimento ao longo do tempo. Sobre vacinas, sabemos o que elas fazem. Mas como não temos tempo, não sabemos até onde as vacinas, que tomamos para o SARS-CoV-2, protegem-nos. Por não saber, não deixamos de tomar. Jamais!
As máscaras nos protegem? Pelo que sabemos da transmissão de doenças, inclusive essa, é muito possível que sim. Também não temos certezas sobre isso. E, na incerteza, pugno por usá-las . Em dose dupla, como faço. Ponderar no sentido do não uso de máscaras, (salvo quando se fala com segurança, a partir do número de vacinados ou controle efetivo da doença, como fez os Estados Unidos), é charlatanice.
Com todas as incertezas, continuarei defendendo a vacina, inclusive a terceira dose; se possível, e se indicado, com outra marca até, para nos tornar mais imunes à fera. Estou no bloco dos mascarados. E o bloco dos mascarados é um só: quem tomou, quem não tomou, quem vai tomar vacina, quem vaticina tratamento precoce, e quem desanima ou o ataca veementemente.
Meu bloco, é a favor da humanidade. Do controle total da doença. Da busca incessante para salvarmos o maior número possível de todos nós. O Presidente, não sei a troco de que, deu, mais uma vez, uma bola fora, e bota fora nisso, ao se referir a nós, o povo vulnerável. É bom por de lado os sarcasmos, as tretas, as gracinhas e disputas paralelas, quando se falar para a nação brasileira.
Eu disse que sou do bloco dos mascarados. Errei feio! A metáfora é inadequada. Não há blocos, há féretros enterrando parentes e amigos. Não há carnaval nenhum. Há préstitos fúnebres caminhando para deixar pessoas para sempre. Assim como fez Brejo dos Santos-PB, enterrando seu Prefeito, Dr. Lauri Ferreira. Medicina para o bem, para ser bom com seu povo, como lhe convinha fazer.
Aonde me virem, estarei de máscara, vacinado, e apoiando os estudiosos para que nos esclareçam melhor sobre essa obscuridade dominante que nos atormenta corpo e alma.
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