João Pessoa, 01 de outubro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O historiador britânico Eric Hobsbawm morreu nesta segunda-feira (1º) aos 95 anos no hospital Royal Free de Londres, informou sua família. Ele sofria de pneumonia.
Sua filha, Julia Hobsbawm, disse que "Ele morreu de pneumonia nas primeiras horas da manhã em Londres". "Ele fará falta não apenas para sua esposa há 50 anos, Marlene, e seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também por seus milhares de leitores e estudantes ao redor do mundo", disse. "Até o fim, ele estava se esforçando ao máximo, ele estava se atualizando, havia uma pilha de jornais em sua cama", completou a filha.
O intelectual marxista é considerado um dos maiores historiadores do século XX e escreveu "A era das revoluções", "A era do capital", "A era dos impérios", "Era dos extremos", entre outras obras. Ele também era um entusiasta e crítico do jazz, escrevendo resenhas para jornais sobre o gênero musical e publicando o livro "História social do jazz".
Trajetória
Hobsbawm nasceu de uma família judia em Alexandria, Egito, em 9 de junho de 1917. Ele cresceu em Viena, Áustria, e em Berlim, Alemanha.
Quando era estudante na Alemanha, Hobsbawn informou o diretor da escola que ele era comunista e argumentou que o país precisava de uma revolução.
"Ele me fez umas perguntas e disse ‘Você claramente não faz ideia do que está falando. Faça o favor de ir à biblioteca e veja o que consegue descobrir’", disse em uma entrevista à BBC em 2012. "E então eu descobri o Manifesto Comunista [de Karl Marx] e foi isso", relatou, indicando o começo de sua formação marxista.
Em 1933, quando Hitler começava a subir no poder na Alemanha, Hobsbawm foi para Londres, Inglaterra, onde obteve cidadania britânica.
O historiador se filiou ao Partido Comunista da Inglaterra em 1936 e continuou membro da legenda mesmo após o ataque das forças soviéticas à Hungria em 1956 e as reformas liberais de Praga em 1968, embora tenha criticado os dois eventos. O ex-líder do Partido Neil Kinnock chegou a chamar Hobsbawm de "meu marxista predileto".
Durante a II Guerra Mundial, Hobsbawm foi alocado a uma unidade de engenharia que a presentou a ele, pela primeira vez, a classe proletária. "Eu não sabia muito sobre a classe proletária britânica, apesar de ser comunista. Mas, vivendo e trabalhando com eles, pensei que eram boas pessoas", disse à BBC em 1995.
O historiador aprovou neles a "solidariedade, e um sentimento muito forte de classe, um sentimento de pertencer junto, de não querer que ninguém os derrubasse".
G1
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