João Pessoa, 07 de julho de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O ano era 2004 e eu estava no último período do curso de Jornalismo da UFPB. Soube por amigos da efervescente militância estudantil que um assessor de imprensa de um deputado estadual estava fazendo testes para contratação de um estagiário, pois logo, logo, o trabalho de divulgação desse parlamentar iria aumentar substancialmente.
Eu, que já era afeita à política, me interessei logo. Dias depois eu tinha uma entrevista de estágio para ir.
Lembro-me como hoje. Era um típico dia do mês de junho: chuvoso e cinza. E eu me dividia entre a ansiedade de estar diante daquele profissional que era referência no Jornalismo paraibano e a angústia de olhar para as minhas sandálias de dedo e as minhas saias de hippie e perceber que não tinha roupa para ir à Assembleia Legislativa da Paraíba pela primeira vez.
Mas, fui assim mesmo.
Lá eu descobri que no Jornalismo a entrevista de estágio é logo substituída por um teste. Então fui desafiada pelo experiente jornalista a produzir um texto assistindo a uma sessão especial da galeria da Casa de Epitácio Pessoa.
Volto para o gabinete, ele mostra-me um computador e diz que eu já poderia escrever. Acostumada a ter um prazo de um mês para redigir uma matéria para o jornal laboratório do curso, eu engoli a seco e escrevi assim mesmo.
Texto pronto, ele olha, muda lead, ajusta título, corrige umas expressões, corta dali, acrescente daqui e eu tinha certeza que estava reprovada. Mas, ele gentilmente me aprovou. Talvez tenha ficado tocado com minha vontade de aprender ou conseguiu enxergar algo que nem eu mesma via.
Fui mais alguns dias e depois o trabalho foi pausado. Voltaria a me ligar quando a campanha eleitoral iniciasse. Eu pensei que não seria verdade. Mas, foi.
É que o então deputado sairia candidato a prefeito de João Pessoa e eu seria a repórter que o acompanharia nas atividades de rua. Na redação, Robson Nóbrega e ele, que comandava a assessoria de imprensa da campanha.
E assim nos conhecemos. Ele foi meu primeiro chefe. Generoso, criativo, dono das mais divertidas sacadas, culto, ético e eclético! E eu? Eu tive uma sorte danada!
Ao mestre Walter Galvão, com toda a minha gratidão, respeito e reverência.
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TURISMO - 19/12/2024