João Pessoa, 12 de julho de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Patrick Lencioni (foto) (“The Five Disfunctions Of A Team”) e Mary Shapiro (“The HBR Guide to Leading Teams”) enfatizam um aspecto muito importante das dinâmicas entre os times. Para os autores, o compartilhamento de aspectos pessoais entre os membros de uma determinada equipe é fundamental para que os membros compreendam melhor os motivos que animam às ações dos seus colegas.
Assim, por exemplo, um funcionário que demanda mais informações dos colegas pode ser interpretado como alguém que desconfia do trabalho dos seus pares. Isso poderia ser evitado, caso a líder promovesse espaços para o colega mencionado no exemplo anterior compartilhar que é uma pessoa detalhista, ansiosa, entre outros aspectos básicos de sua personalidade. Ao compartilhar esses detalhes, o colaborador poderia, inclusive, alertar os colegas sobre como essa característica afeta a sua forma de trabalhar.
As restrições impostas às atividades econômicas presenciais geraram um distanciamento entre colaboradores das Instituições de Educação Superior. O contexto sanitário provoca, ademais, angústia, insegurança e estresse nos funcionários.
A par dessas circunstâncias – comuns à maioria dos corpos docente e técnico-administrativo das universidades – há ainda a situação do funcionário convalescente, que pode ter sequelas físicas e emocionais, manifestas ou silenciosas. Independentemente de ter sido acometido com o vírus, muitas pessoas relatam que a pandemia mudou sua personalidade, sua forma de ver o mundo, seus valores, sua forma de agir etc.
Em face do panorama acima bosquejado, a líder acadêmica precisa suscitar momentos em que os colaboradores se sintam confortáveis para compartilhar como esse período os afetou. Nesses espaços, é importante que eles possam transmitir aos colegas quais são os prováveis reflexos dessa mudança na sua forma de agir na Instituição.
Mais do que nunca, a gestora acadêmica é impelida a cultivar um ambiente de segurança psicológica. Essa segurança não se resume, obviamente, a reuniões periódicas, mas deve permear todo o cotidiano do funcionário. Algumas perguntas podem ajudar a descobrir como cultivar esse ambiente. Os funcionários falam frequentemente entre si sobre o risco de perder os seus empregos? Durante o período de afastamento, por força da convalescência, houve substituição do funcionário afastado? Após o retorno do funcionário às atividades, as atribuições permaneceram as mesmas? Como o funcionário se sente em relação a todas essas questões? A gestora pode reduzir a sensação de insegurança e incerteza de sua equipe? Cabe à gestora ter a sensibilidade para definir qual a melhor forma (coletiva ou individual) de abordar as perguntas.
Em síntese, a literatura especializada é pródiga em recomendações de dinâmicas destinadas ao alinhamento de membros de equipes. A retomada das atividades presenciais das Instituições de Educação Superior traz consigo a conveniência e a necessidade de abordar questões ligadas às posturas formas de ser e de se comportar profissionalmente. O funcionário convalescente merece acompanhamento especial de sua supervisora direta, mesmo que a empresa tenha um serviço psicológico disponível. As instituições que conseguirem ouvir seus funcionários e promover a segurança psicológica adequada à retomada das atividades presenciais tendem a cultivar um ambiente mais saudável e produtivo.
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TURISMO - 19/12/2024