João Pessoa, 19 de setembro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Um senador australiano renunciou nesta quarta-feira (19) a um cargo parlamentar após provocar uma polêmica ao afirmar que legalizar o casamento homossexual é um passo para aceitar a poligamia e o bestialismo.
O líder da oposição, Tony Abbott, anunciou em entrevista coletiva que o senador Cory Bernardi não era mais seu secretário parlamentar. Hoje, a Câmara dos Representantes rejeitou uma proposta para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Abbott qualificou os comentários de Bernardi de "inaceitáveis" e acrescentou que apesar de ser uma pessoa conservadora e tradicional, a coalizão opositora está comprometida a não permitir que as minorias sexuais "não se sintam como estranhos em seu próprio país".
Bernardi disse ontem à noite durante um debate no Senado sobre a iniciativa para legalizar o casamento homossexual que o projeto era incentivado por "radicais" e que talvez o passo seguinte fosse aceitar uma união permanente de "três ou quatro pessoas".
"Há gente assustadora por aí…Que dizem que é normal relações sexuais consentidas entre humanos e animais. Este será o próximo passo? No futuro nós falaremos: ‘estas duas criaturas se amam e talvez elas possam constituir uma união’", afirmou Bernardi.
Suas declarações foram imediatamente criticadas por todas as tendências políticas. O conservador Malcolm Turnbull as classificou como "ofensivas", "extremas" e "histéricas".
A Câmara dos Representantes e o Senado estão analisando quatro projetos de lei para legalizar o casamento homossexual entre pessoas do mesmo sexo.
Nesta quarta-feira a Câmara dos Representantes da Austrália se opôs de à aprovação (98 votos a 42) de um destes projetos, apresentado pelo trabalhista Stephen Jones.
A primeira-ministra australiana, Julia Gillard, opinou em várias ocasiões que considera que o casamento só pode ser constituído entre um homem e uma mulher, embora tenha afirmado que respeitará a decisão de seu partido.
A Austrália não reconhece o casamento homossexual, embora alguns estados e territórios do país admitam uniões civis de pessoas do mesmo sexo e discutam a permissão do casamento homossexual.
G1
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