João Pessoa, 14 de setembro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O Papa Bento XVI pediu a judeus, cristãos e muçulmanos para "erradicar o fundamentalismo religioso", considerado por ele como uma ameaça "mortal", no momento em que a região é sacudida por manifestações, por vezes violentas, contra um filme anti-islã.
Bento XVI faz visita de três dias no Líbano.
Na Exortação Apostólica – conjunto de diretrizes para os bispos do Oriente Médio – assinado por ele sexta-feira (14) na Catedral de São Paulo, em Harissa, primeira etapa de sua viagem ao Líbano, Bento XVI afirma que este fundamentalismo "atinge todas as comunidades religiosas e rejeita o ‘viver junto’ secular" que caracteriza países como o Líbano.
O fundamentalismo "quer tomar o poder, às vezes com violência, sobre a consciência de cada um e sobre a religião por razões políticas", afirmou o papa, sem apontar o dedo unicamente para o extremismo islâmico.
"Eu faço um apelo urgente a todos os líderes religiosos judeus, cristãos e muçulmanos da região, que procurem (…) fazer todo o esforço para erradicar esta ameaça que afeta indiscriminadamente e fatalmente os fiéis de todas as religiões", escreveu.
"Usar palavras sagradas, as Escrituras santas ou o nome de Deus, para justificar os nossos interesses, nossas políticas, ou nossa violência, é um crime muito grave", acrescentou.
Segundo o papa, "as incertezas econômicas e políticas, a capacidade de manipulação de alguns e uma compreensão deficiente da religião entre outras coisas, são o leito do fundamentalismo religioso".
Pediu fim do fornecimento de armas à Síria
O papa Bento XVI pediu o fim do fornecimento de armas à Síria, criticou o fundamentalismo religioso e celebrou a Primavera Árabe, em entrevista a bordo do avião que o levou à visita de três dias ao Líbano.
"As importações de armas devem cessar de uma vez por todas", disse. "Sem essas importações, a guerra não poderia continuar."
Bento XVI disse que vê na Primavera Árabe "um desejo de mais democracia, liberdade, cooperação para uma identidade árabe renovada", mas disse que ela deve ser acompanhada pela "liberdade religiosa".ristãos e imigrantes.
G1
ENTREVISTA NA HORA H - 27/11/2024