João Pessoa, 31 de agosto de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A propósito ou de propósito, não sei o que vou escrever hoje. Os propósitos não se dividem em úteis ou inúteis. Eu vi isso na série “Sombras da Guerra”, na Berlim de 1946, uma personagem cruel dizer a uma menina, que ninguém é inútil. Não faz sentido.
Ser justo ou injusto tem um propósito? Quero ser justo, mas não há decálogos que cheguem. Não matarás não é um propósito de vida, é uma regra, mas matar é uma questão milenar.
A pessoa está parada, andando olhando o celular, deu bobeira, perdeu o celular ou a vida.
Escrever pode ser um propósito. Tipo, onde queres eunuco, garanhão.
Amar uma pessoa deve ser um propósito compartilhado. Tipo – Vida, minha vida, olha o que é que eu fiz. Não fiz.
Sabe-se que uma vez começado jamais poderemos continuar como se nunca tivesse iniciado. Eu quero bis.
Um parágrafo é o quanto basta para traçar um laço entre uma transa e a sua transformação em algo maravilhoso. Tipo – Não quero luxo nem lixo, quero saúde pra gozar no final. E tem final feliz?
O tempo como propósito não existe. O que conseguimos não é o tempo em que suportamos a vida, até porque a vida presta. Eu queria ser invulnerável.
A dor ou a paz têm isso em comum: terem o propósito de ser suportados. Duração. Tipo – Longa é tarde, tão breve a vida.
Para além do apresentável, mas a caminho de uma coisa e outra, ser outra coisa que os degrada e nos rouba como experiência errada, eu não sou o Tao. Tipo, com que roupa eu vou ao samba que você me convidou?
Um parágrafo não é nada perto do propósito de argumentar. Quem não argumenta, não se sustenta.
A vida enquanto propósito pode ser uma escultura faltando um pedaço.
Uma mentira breve, não é uma mentira propositalmente, é a única verdade do que podemos compreender uma coisa quando é outra.
Existe um propósito surrealista? É. Mas podia não ser, exemplos não faltam.
A mesma capacidade de inteligência pode não ser a criatividade, resultados diferentes importam.
Talvez histórias diferentes, talvez não, porque todas as histórias são diferentes, iguais do que parecem ou parecidas de propósito. Não sei.
Seguimos o que compõem a cena, mesmo que sejam diferentes.
Destino e acaso. A propósito, não estou conseguindo terminar meu texto de hoje.
Às vezes eu me abstraio, mas é de propósito.
Fiquem com as Kapetadas
1 – Quer ganhar todas as discussões? Discuta só com quem não tem razão.
2 – O penhor dessa igualdade conseguimos conquistar com braço forte. A propósito qual igualdade?
3 – Som na caixa: “Quem me dera agora/eu tivesse a viola
pra cantar”, Edu Lobo
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OPINIÃO - 22/11/2024