João Pessoa, 31 de agosto de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Mulheres, meninas e homens trans de baixa renda na Paraíba terão acesso à absorventes (internos/externos descartáveis) e coletores menstruais e calcinhas absorventes (reutilizáveis). O projeto de Lei que institui o Programa Estadual Dignidade Menstrual foi enviado pelo governador João Azevedo e aprovado pela Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (31). O item agora será de caráter obrigatório nas cestas básicas do governo.
O programa amplia o acesso ao absorvente que já é distribuído para mulheres atendidas no serviço da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana, como a Casa Abrigo, e no Sistema Prisional. A secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, disse que o programa da Dignidade Menstrual é um avanço porque soluciona um problema de saúde pública – a pobreza menstrual, que no Brasil acomete cerca de 23% das adolescentes de 15 a 17 anos, com consequências que afetam a saúde física e mental destas mulheres jovens, aumentando a desigualdade de gênero e prejudicando o desempenho escolar.
Desde 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU), reconhece como direito das mulheres, a higiene menstrual como saúde pública e Direito Humano. Segundo ela, o programa garante o absorvente gratuitamente na rede pública de saúde, educação, assistência social e sistema prisional e socioeducação, além da dignidade menstrual, por meio do acesso à informação e a produtos de higiene e saúde menstrual. ” O governo dá um passo importante pois amplia a distribuição para escolas públicas e garante que as estudantes tenham acesso de forma digna”, afirma Lídia Moura.
A relatora do projeto de Lei que institui o Programa Estadual de Dignidade Menstrual na Paraíba, a deputada estadual Pollyanna Dutra destacou a importância do Governo do Estado trazer essa matéria nas vias legais de constitucionalidade e a aprovação de forma unânime. “Venho do Sertão e conheço as dificuldades financeiras de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade, fazendo com que itens como absorventes sejam deixados de lado, pois o dinheiro muitas vezes só dá para o alimento. No Brasil, 26% das meninas e adolescentes não têm acesso a produtos higiênicos adequados durante o período menstrual, algo alarmante. Como o próprio nome diz, esse projeto traz dignidade a todas as paraibanas”, disse a deputada.
O programa também prevê a promoção de ações para combater a desinformação sobre a menstruação, com ações de acesso à informação sobre a saúde integral das mulheres, produtos menstruais e direitos sexuais e reprodutivos e de prevenção e redução dos problemas e agravos à saúde decorrentes da falta de acesso a produtos de higiene menstrual e informação sobre a saúde integral das mulheres.
Também oferece também a assistência integral com apoio psicológico, social, terapia hormonal, não hormonal e outros, a pessoas do sexo feminino que estão em processo de climatério e menopausa e a realização de campanhas anuais de conscientização, formação e sensibilização, sobre a dignidade menstrual, com palestras, capacitações, elaboração de cartilhas e mídias digitais, folhetos explicativos e outros, em parceria com órgãos públicos, privados e/ou sociedade civil.
Terão direito ao Programa Estadual Dignidade Menstrual: ser criança, adolescente,mulher em idade reprodutiva ou em processo de climatério e menopausa; homens trans; ter renda de um salário mínimo por família; estar em situação de rua; estar inserida em programas sociais do governo federal ou estadual; ser estudante da rede de ensino público e ser de comunidades tradicionais e povos originários.
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OPINIÃO - 26/11/2024