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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, rebateu, nesta quinta-feira (9), o discurso acusatório do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a Justiça Eleitoral. Barroso criticou o que chamou de “retórica de palanque”, “linguagem abusiva” e “mentira” do presidente e avaliou ser uma “covardia” os ataques do presidente. “Insulto não é argumento, ofensa não é coragem. A incivilidade é uma derrota do espírito. A falta de compostura nos envergonha perante o mundo. A marca Brasil sofre uma desvalorização global”.
Sobre a retórica do presidente que tem inflamado a população contra as instituições, o ministro lembrou o roteiro repetitivo de Bolsonaro e disse que “todos sabem quem é farsante”. “Já começa a ficar cansativo, no Brasil, ter que repetidamente desmentir inverdades. Para que a repetição da mentira não crie a impressão de que ela se tornou verdade. É muito triste o ponto que chegamos”, lamentou.
Citando alguns países, inclusive a Venezuela tão criticada pelo presidente, Barroso destacou que líderes eleitos têm tomado medidas antidemocráticas e medidas populistas. “O populismo vive de arrumar inimigos para justificar os seus fiascos, pode ser o comunismo, a imprensa e os tribunais”.
O presidente do TSE ainda salientou o perigo do extremismo que se vale de campanhas e ódio e desinformação. Também destacou o autoritarismo, que cria um ambiente de mentiras. “Uma manifestação do autoritarismo pelo mundo afora é atacar a Justiça Eleitoral para em caso de derrota deslegitimar o vencedor”.
O ministro ainda rebateu ponto a ponto as críticas do presidente, voltou a defender a segurança das urnas eletrônicas, que as eleições brasileiras são limpas, democráticas e auditáveis, e que retornar ao voto de papel seria como abandonar o computador e retornar à caneta tinteiro. “O sistema é inseguro para quem acha que o único resultado possível é a própria vitória”.
Comissão
Na oportunidade, o presidente do TSE aproveitou para anunciar a formação da Comissão de Transparência das Eleições com a presença de instituições públicas e da sociedade civil, além do Observatório de Transparência das Eleições com a participação de instituições da sociedade civil. A ideia é fortalecer o acompanhamento das etapas de realização das eleições, ampliar o alcance das instituições e contribuir para resguardar a segurança do processo eleitoral. A equipes iniciam as atividades no dia 4 de outubro, a um ano das eleições.
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OPINIÃO - 22/11/2024