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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Os acrobatas estão voltando

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publicado em 11/09/2021 ás 08h17
atualizado em 11/09/2021 ás 13h01

Perguntas não são tão simples assim. A melhor resposta deve ser uma síntese, mas tem a língua que, gracias a la vida, nos ensina a pensar e silenciar.  Perguntar demais não ofende. Complica.

Você descobre se uma pessoa tem ou não cultura, conversando com ela. Não por ela ter lido Dostoiévski, Machado de Assis ou T.S Eliot. Ou o romance “Guerra e paz”, de Tolstói. E se leu e entendeu,  já valeu!

Não, o que reverbera são as inquietações e descobertas nos diálogos, com um vocabulário fluido, rápido, preciso, que escorre com a força de quem se sustenta.

A aposta precisa ser certeira. Solução açodada do estado das coisas, não resolve nada, não nos alimenta, nem nos diverte. Ainda assim, essa gente ‘efeito de ficção’ sabe que não faz sentido se repetir demais.

Ouvi a professora Zarinha dizer a semana passada a que pessoa tem que ser boa naquilo que ela faz. Se é médico, seja bom médico, atualize-se, se é advogado dê o seu melhor, o que não quer dizer que a profissão defina sua intelectualidade. Bom, eu não quero complicar as coisas.

A história precisa ser bem contada, bem escrita (e lida, claro). Horizonte, noite e madrugada.

O vapor barato de Seu Assumpção

Eu ligo o som nas alturas. Há dias ando escutando Seu Itamar Assumpção, que afirma cantando, “cultura não é uma tchurma, cultura não é tcha tchura, cultura não é frescura, a brasileira é uma mistura pura uma loucura, a textura brasileira é impura mas tem jogo de cintura, se apura mistura não mata, cultura sabe que existe miséria existe fartura e partitura, cultura quase sempre tudo atura, sabe que a vida tem doce e é dura feito rapadura, porcaria na cultura tanto bate até que fura, ternura existe êxtase e agrura noites escuras, cultura sabe que existe paúra botões e abotoaduras, que existe muita tortura, cultura sabe que existe cultura, cultura sabe que existem milhões de outras culturas
Baixaria na cultura tanto bate até que fura, socorro elis regina, a ditadura pulou fora da política”

Voltemos ao tema de hoje

Aliás, antes a previsão do tempo: contratempos a vida inteira.

Ninguém precisa ser contemporâneo para ter cultura. Precisa saber ler, ser corajoso ao elaborar um tema, um retrato contundente de seu tempo. Nunca diga por aí: “eu tenho cultura” Diga: eu estudo, eu leio, eu quero aprender mais.

Por que estou dizendo isso? Vejo muita gente dizer “sextou”, quando na verdade, isso não existe no idioma.  É uma brincadeira mal gosto? Não, é uma idiotice da pessoa que não sabe se quer da importância do idioma. Por exemplo – o que é “sem noção? Isso não existe.

Uma crítica contundente mostra como o politicamente correto e não pensante pode se tornar uma coisa funesta. A culpa é das redes sociais? Não, a culpa está na pessoa que se quer sabe da sua habilidade.

A minha tentativa de unir os temas contidos num só, é bem complexo. O resultado poderá ser o oposto da combinação do controle/domínio total da linguagem. Poucos sacam.

Não adianta atenuar, desculpar ou apresentar respostas vazias, porque como falei no início, perguntas não são tão simples assim.

Eu sou protagonista, procuro dar o melhor de mim, até quando estou a gargalhar. Aliás, alguém aí viu o filme “A Última Gargalhada” 1924 de F.W. Murnau? O filme reinventa o cinema. É preciso se reinventar.

Se não pode ser artista, não seja apenas acrobata.

Kapetadas

1 – A idade não serve só para a pessoa se sentir velho, serve também para você olhar para sua idade e pensar “será que eu tenho idade para ter que ouvir isso?”.

2 – O foda é que o amor próprio não beija nosso pescoço

3 – Som na caixa – “E eu disse chega da sua conversa/De poça sem fundo”, Caetano Veloso

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