Todos sabem que “gente fina é outra coisa”, mas, em Nova York, não. Um ministro dar o dedo para manifestantes é chique, típico dessa gente do poder que, por não tomar vacina — outra manifestação de apreço pelo bom gosto —, come pizza no meio da rua, porque o lado estúpido dos restaurantes americanos não se atualizou nas regras da boa convivência, ou, sabe-se lá, tornou-se comunista, logo nos States.

Simplicidade. Alguém pode miar, ou mugir, depende do gosto. Gosto há para todos os gostos. Mau gosto também, mas esse não é o selo de qualidade ostentado pela nossa bandeira na terra do Tio Sam.

Orgulho, o sentimento do nosso povo. Dentre todos os representantes da comunidade internacional, somos os únicos não vacinados. Dá até vontade de chorar, de tanta felicidade. Também pudera, os outros, essa gentinha xucra e nada asséptica, parece besta desenfreada, cheia de salamaleques, que não entende a macheza da comitiva brasileira, pô.

Mas, isso não há de ficar assim. O Brasil é um país continental, um povo cristão, evangelizado desde pequenino nos púlpitos, nas praças, em cima dos galhos de goiabeira, conversando diretamente com Jesus Cristo, olho no olho, por isso há de ensinar ao mundo bárbaro as regras do bom viver.

Claro que santo não obra milagre em casa. A imprensa brasileira, os comunistas, essas mulheres de sovaco cabeludo, a “gayzada”, toda a gentalha da esquerda, porque não têm do que falar, vocifera seus ressentimentos, uns invejosos, gente sem escrúpulos que logo será enquadrada e “reenquadrada” em uma lei feita sob medida para esses filhos de uma puta.

Por enquanto, estirar o dedo ou a língua para essa meia dúzia de idiotas que, fora da realidade, exigem comprovante de vacina até para cagar! Que país sem noção! Puta que pariu, até a Europa está na deles. Sei não, viu. Melhor fazer arminha, estirar as canelas, fazer uma visitinha ao Olavo de Carvalho, mas será que aquele bostão tomou vacina, caralho?

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