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Magistrado, colaborador do Diário de Pernambuco, leitor semiótico, vivendo num mundo de discos, livros e livre pensar. E-mail: [email protected]

O leão de Jackson e o jumento

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publicado em 07/10/2021 ás 07h19

Vou repassar o peixe pelo preço que me venderam. Para ser mais exato, o bicho é outro. Trata-se de um leão esculpido em pedra que reina impoluto na calçada de uma conhecida casa de recepções de nossa cidade.

O proprietário do grande felino é o juiz aposentado Francisco Jackson que transformou sua residência na aprazível casa de festas onde o rei dos animais, ora aguça a curiosidade das crianças, ora amedronta adultos e também outros bichos que transitam pelo passeio público. Me disse Jackson que já pensou em retirar o leão de sua calçada, mas os amigos pediram para deixá-lo pois servem também de ponto de referência.

Pois bem, o mais famoso e temido habitante das savanas africanas foi protagonista de uma divertida história que me foi contada por uma fonte fidedigna e merecedora de toda a credibilidade. Estávamos nós em uma festa de casamento, eu e minha consorte (para não dizer minha senhora) Cristiane na companhia de queridos amigos, quando o desembargador Leandro dos Santos narrou o fato que agora compartilho com todos.

Um vendedor ambulante que comercializa seus produtos num veículo de tração animal, bastante desesperado ligou para o Departamento de Trânsito pedindo providências, pois havia um leão na rua.

– Veja só, se tem um leão na rua, o senhor telefonou para a repartição errada. Aqui é o Detran. Para a captura de animal ligue para o Ibama.

– Mas vocês  não são os responsáveis pela liberação do trânsito?

– De certo modo, sim. Mas não capturamos animais soltos pela cidade.

–  Acontece que eu não estou conseguido transitar com minha carroça por essa rua. Toda vez que meu jumento vê o leão, fica com medo e empaca. Não sai do lugar!

Foi aconselhado a mudar de rota e o leão de Jackson continua seu estático reinado.

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