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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Amizade compartilhada

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publicado em 23/10/2021 ás 08h19
atualizado em 23/10/2021 ás 09h16

Quando pensei em escrever sobre ela, surgiu-me a primeira cena de um modo tão natural, quanto esperado. Fui entrevistar sua mãe, Maria Emília Torres Freitas, na época em que eu assinava as matérias de capa do Maganize. O cartório era na Avenida 13 de Maio, centro.

Lá estavam – Emília, Lourdinha e a irmã Luciana. Não sei bem por que comecei por esse detalhe, mas sei da liga dessa narrativa entre o que passou e o presente. E vou gostar sempre no futuro.

Grande parte de nossa vida está relacionada aos livros que lemos e coincide como um marco importante dessa viagem. Eu tinha um trabalho para seguir e as anotações: datas e lugares, basicamente. As duas irmãs, sempre juntas, estavam atentas à entrevista.

O tempo passou e foi concatenando, em lógica própria, com amabilidades ocorridas durante as descobertas, rios e luzes que foram surgindo durante a travessia. Ficamos amigos para valer.

Eu já conhecia o pai dela, Francisco Evangelista e a mãe Maria Emília. O pai é um escritor e homem público. A mãe, tabeliã, filha de Dona Lourdes e Seu Eunápio Torres, que não os conheci.

Maria de Lourdes é uma pessoa sensata. Dizendo assim pode parecer óbvio, mas o efeito da sua amizade e a vivência, me trouxe satisfações imensas. Eu sempre aprendo, do ato de me impor e o valor cultural.

O valor cultural já cravou marcas benéficas, que só consigo definir com uma palavra – conhecimento. Ela sabe ler, tem acumulado vários aprendizados, leu os clássicos e os modernos, os atuais filósofos dos cursos virtuais ou presenciais.

Ela é uma mulher de muitas horas preenchidas, trabalha o dia todo e de uma amizade respeitada, quando realmente existe a amizade entre duas pessoas.

Com ela tem que haver correspondência. E isso é primordial, o que é difícil definir, mas fácil de sentir enquanto estamos atentos. Pulsar.

Sempre que estou lendo um livro, vejo um filme, uma série de coisas, desperta em mim a vontade de conversar com ela. Muitas vezes é Lourdes quem me passa o livro, o filme, a dica. Eu fico impressionado com sua sensibilidade e sua fé. Eu tenho fé, quem não tem, eu respeito.

Bons efeitos cultivados de novas discussões.

É notável essa garota, dedicada ao estudo, à prática e à difusão do conhecimento.

É notável essa garota, quando o assunto é solidariedade. Quando meu irmão morreu, ela chegou na hora.

É notável essa garota, que se sucede. Ela gosta dos meus textos. Ela é testemunha da minha vida, do meu trabalho para sobreviver.

Muito tempo de amizade? Não importa. Somos relativamente breves, e somos alegres, porque a vida nos uniu.

Obrigado pela amizade compartilhada e feliz aniversário, Maria de Lourdes.

Kapetadas

1 – Chega mais perto e cita Drummond, mostra que és intenso.

2 – Erro de concordância tem de todo tipo, mas o pior é a unanimidade.

3 – Som na caixa: “Mundo você é quem faz, música, letra e dança”, Marina Lima

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB