João Pessoa, 11 de novembro de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
No ano de 2008 foi lançada a primeira edição do livro Parahyba 1930: A verdade Omitida, de Flávio Eduardo Maroja Ribeiro, o nosso Fuba. Agora, 13 anos depois saiu a 2ª edição pela Editora A União, revista e ampliada. Àquela época fui convidado para prefaciar a obra e o autor manteve o meu prefácio na segunda edição. Eis o que escrevi:
Este é um livro que busca esclarecer fatos históricos ocorridos na Paraíba na década de 1930. O seu autor não é necessariamente um historiador oficial, nem pretende sê-lo, como ele mesmo diz. Contudo é um homem antenado, pesquisador interessado em resgatar pontos obscuros de nossa história, mormente no que diz respeito ao assassinato do então Presidente
João Pessoa, o desencadear da revolução de 30 e a mudança do belíssimo e
original nome de nossa capital: Parahyba.
O tema é polêmico e tem gerado discussão através da imprensa, envolvendo as diversas personalidades do nosso Estado, tais como políticos,
artistas, intelectuais, e parafraseando Caetano Veloso, até sub-historiadores do miolo mole.
O ingresso do autor no mundo das letras vem para esclarecimento das novas gerações, afastando a nolição imposta por alguns escritores a respeito da história da Paraíba. Ao contrário do que se possa pensar, o personagem João Pessoa não é tratado como mefistofélico, contudo, fica claro que nunca foi um demiurgo mas um homem comum com acertos e defeitos. O levantamento dos fatos narrados neste livro encontra ressonância na vasta bibliografia indicada, muitos dos livros consultados não são mais encontrados facilmente, e este trabalho vem para suprimir essa lacuna.
Quem já conhece o compositor, cantor, animador cultural e político Fuba sabe de seu talento e de seu empenho pela divulgação da cultura de nossa terra. E agora por que Fuba escreve? A resposta pode ser retirada das palavras do escritor George Orwell, quando disse: “escrevo porque existe uma mentira que pretendo expor, um fato para o qual pretendo chamar a atenção, e minha atenção especial é atingir um público” .
Está aqui um livro que não pretende corrigir o estrabismo histórico olhando-o de perfil e nem fica ocluso a certos fulgores e percuciências da verdade. Lançando mão de incansável pesquisa, inclusive em trabalhos que acintosamente omitiram ou modificaram fatos importantes acontecidos àquela época, evidencia-se obra singular, necessária e esclarecedora a novos leitores ávidos de saber e a todos que buscam aprimorar conhecimentos. Sem academicismo ou linguagem inacessível, não fulaniza a discórdia e torna-se leitura agradável daquela que não se larga até chegar ao fim.
Num misto de surpresa e lisonjeio, recebi o convite para alinhavar estas palavras, sabedor que tantas outras pessoas usariam este espaço com mais competência e autoridade, mas ousei escrever e recomendar esta obra que já ficou incorporada ao meu patrimônio de afeições perduráveis.
Por fim, leiam este livro com olhos de verdade e coragem, porque Lichtenberg em seus Aforismos já dizia que “um livro é um espelho: se um
macaco nele se mira, não é a imagem de um apóstolo que aparece”.
Fuba abriu a porta do sol e do extremo oriental mergulhou na
história para resgatar a verdade.
Ao autor, nossos aplausos.
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OPINIÃO - 22/11/2024