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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Gran finale

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publicado em 25/11/2021 ás 12h45

Larissa não tinha costume de sonhar à noite, era daquelas sonhadoras de olhos abertos sempre pronta para ajudar o outro e sempre dinâmica, mais que suas irmãs. Mas, dia desses, após uma sexta-feira turbulenta, sem tempo de buscar sua filha Valentina na escola, teve um sonho muito intrigante depois de jantar com seu marido.

Ela voltava aos seus 13 anos, idade de sua filha. Sonhou fugindo pela primeira vez pro campinho que era perto da escola.
Durante o sonho, apareceu uma boneca gigante idêntica a sua filha, ela foi crescendo, crescendo, e seus amiguinhos iam chegando, cada vez mais amiguinhos fardados com o uniforme do seu colégio predileto.

O som estava alto, era um remix com mashups de Black pink, BTS e Red Velvet, e a boneca continuava crescendo, até que uma hora, a boneca anunciava: Batatinha frita, um, dois, três!
Começava um jogo onde todos corriam e Larissa perdia a aposta.

A prenda era ela chegar aos 50 anos e voltar no mesmo colégio e reunir todos os amigos no campinho de lado completamente nua e dançar ao som de K-Pop para todos.
Valentina grita: mãaaaaaaaaae! Larissa acorda nua em pelo, desesperada e cansada, sem nada entender.

Valentina explica que enquanto fazia o bolo matinal de sábado, tentava avisar para a mãe que o bolo estava crescendo, que se ela não viesse ajudar no gran finale da torta, ela não comeria nenhum pedaço e teria que dançar com ela a coreô de “kill this love” sua música preferida do Black pink. A mãe não veio, ela pôs a música no último volume e quando foi ao quarto, encontrou a mãe sonambulando, dançando despida ao som dos coreanos. Valentina a deita na cama e a desperta preocupada. Larissa acorda, desesperada com tanta loucura na sua cabeça. Finalmente tinha se livrado de toda aquela lambança.

Lembrou que a filha boleira estava treinando o bolo de aniversário para comemorar com suas amiguinhas da escola, logo se desculpou.

Valentina aceitou a desculpa, mas com uma condição: próximo ano, exigiu de presente, assim que completar 15 anos, uma harmonização koreallity, uma febre do momento, mais que o filme “parasita” e a série famosa Round 6, onde as adolescentes ocidentais estão esticando os olhos para se parecerem com as vocalistas das estouradas bandas de pop made in korea.
Larissa, mais assombrada que no pesadelo, a partir daquele momento, descobriu que, não a China, mas a Coreia dominará o mundo!

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