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Francisco Leite Duarte é Advogado tributarista, Auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), Professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, Mestre em Direito econômico, Doutor em direitos humanos e desenvolvimento e Escritor. Foi Prêmio estadual de educação fiscal ( 2019) e Prêmio Nacional de educação fiscal em 2016 e 2019. Tem várias publicações no Direito Tributário, com destaque para o seu Direito Tributário: Teoria e prática (Revista dos tribunais, já na 4 edição). Na Literatura publicou dois romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”. Publicou, igualmente, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias ( “Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas: “Nos tempos do capitão” …

Eita, vida de gado!

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publicado em 26/11/2021 ás 07h06

Há coisas e tempo sobre o que não se sabe o que dizer. São os fatos que se expõem em toda extensão, despropósitos e proparoxítonas estrambóticas, das mais serenas às escancaradamente melancólicas, mesmo que a gasolina chegue a oito reais. Um país que nasceu com o cu virado para a sandice e um bundão para o sol quente, suspirando, em berço esplêndido, as suas elucubrações negacionistas.

As últimas escolhas políticas do povo brasileiro é um desses fatos destemperados, expiação de tantos pecados cometidos contra a cidadania. País de muitos pecados, elite de um olho só e cego, mídia comprometida com o umbigo impiedoso dos poderosos, classe média medíocre, de um olhar invejoso no andar de cima e um pezão assentado no pescoço do povão.

Não que o povão não tenha a sua culpa. Tem e muita. Povão também têm juízo, e tem a maldade dentro de si e, por entendimento mais do que esclarecido, ou por assimilação querida dos valores mais estúpidos, optam pelo conservadorismo mais tacanho e, em nome dele, atira-se nos braços da estupidez.

Certo que, na maioria das vezes, é abduzido por religiosos inescrupulosos, por programas televisivos e radiofônicos do arco-da-velha, por feitores de opinião travestidos em cordeiros, daí que há de se ter toda comiseração para com quem lhe resta apenas o direito de tomar no centro da encalacração e roer o ossobuco de alguma vaca terraplanista.

Alguma coisa precisa ser feita, mas o bom senso foi perdido. É joguete no meio de um povo chamado multidão, que age como gado, dando chifrada para todos os lados nesse curral chamado Pátria amada Brasil.

O passado do país não ensinou nada ao seu povo. Ao contrário, expõe-no à fome, a uma vergonha internacional, a uma miséria intelectual, a uma mediocridade assumida e tida como exemplo de grandes valores… Que valores! Uma mistureba de jumentice, mau-caratismo, oportunismo e picaretagem. E o pior, tudo querido, aceito e incentivado por essa gente do poder.

Eita, vida de gado!

@professorchicoleite

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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